postado em 12/05/2010 19:18
O governo brasileiro reagiu nesta quarta-feira (12/5) às articulações do governo da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para imposição de barreiras alfandegárias a alimentos processados e alguns tipos de grãos provenientes do Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, determinou que o embaixador do Brasil na Argentina, Ênio Cordeiro, cobre explicações sobre os eventuais obstáculos.Cordeiro conversou hoje com o subsecretário de Comércio da Argentina, Alfredo Chiaradia, e pediu informações detalhadas sobre as possíveis barreiras a serem impostas às mercadorias brasileiras. O embaixador aguarda os dados para os próximos dias. Desde a semana passada, há rumores que os argentinos articulam uma série de obstáculos aos produtos oriundos do Brasil.
De acordo com diplomatas, Amorim acompanha com preocupação as supostas restrições. Paralelamente, os governos do Brasil e da Argentina mantêm negociações para derrubar outras dificuldades envolvendo o comércio bilateral.
Para os argentinos, o Brasil estaria violando acordos do Mercosul ao fixar tarifas sobre 35 mercadorias de seu país desde o mês passado. Do lado brasileiro, os empresários também se queixam dos entraves impostos pelos argentinos. No setor de móveis, por exemplo, os fabricantes se veem obrigados a solicitar frequentes autorizações ao governo argentino para entrar no país e manter os acordos firmados.
Os argentinos têm recebido reclamações constantes dos empresários brasileiros sobre os efeitos desses entraves nas negociações. Atingidos pelas medidas restritivas da Argentina, os empresários brasileiros apelam por proteção contra a concorrência do país vizinho.