postado em 14/05/2010 18:53
O corte de R$ 10 bilhões nos gastos públicos correntes, neste ano, é insuficiente como tentativa de conter eventual superaquecimento da economia brasileira, no entender do economista Fábio Pina, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio).Ele acredita que só com uma ;redução drástica; das despesas correntes o país terá condições de equilibrar a economia e romper com o ;ciclo pernicioso de aumento de juros para tentar conter a inflação;. Condição que seria relativizada, segundo o economista, com uma reforma fiscal, mas isso parece ser um ;sonho de difícil realização;.
Fábio Pina lembra a metáfora de que ;o brasileiro só coloca a tranca na porta depois da casa arrombada;, e ressalta que há anos a quase totalidade dos economistas tem feito alertas à administração pública sobre a necessidade de cortar gastos, de forma a estabelecer as condições para o país crescer de forma sustentável.
O economista da Fecomercio ressalta o ;crescente exagero; dos gastos correntes no país, e por isso entende ser necessário um ajuste muito maior do que os R$ 10 bilhões anunciados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, independentemente do superávit primário (economia para pagamento dos juros) das contas públicas.
Segundo Pina, o consumo das famílias é crescente e o investimento das empresas também está em evolução. Então, ;é natural que o equilíbrio da economia passe pela contenção de despesas governamentais;. Mas o que se observa é o aumento do consumo e dos investimentos ser comemorado, isso tira o sono do governo, em razão da incapacidade dos gestores públicos em conter as despesas.
Como resultado, diz ele, surge uma enorme pressão sobre a balança de comércio e serviços, pressões inflacionárias e a pressa de agora, de forma açodada e sem planejamento, para conter os gastos. ;Tomara que não voltemos aos tempos dos pacotes que surgiam sempre para resolver problemas em sua fase extrema;, acrescentou.