Agência France-Presse
postado em 16/05/2010 15:13
Os ministros das Finanças da zona do euro se reúnem nesta segunda-feira (17/5), em Bruxelas, para tentar encontrar uma nova solução para o colapso da moeda comum, que continua em queda mesmo após o anúncio do plano de ajuda da semana passada.
As preocupações persistentes sobre a saúde econômica e orçamentária da zona do euro acabaram com a tranquilidade do início da semana passada motivada pelo plano de ajuda inédito de 750 bilhões de euros destinados aos países em dificuldade.
Os ministros da eurozona, que se reúnem às 15h00 GMT (13h00, horário de Brasília) nesta segunda, vão buscar respostas a este paradoxo: como evitar que os governos que adotam medidas de austeridade para reduzir déficits e acalmar os mercados enfrentem reação negativa desses mercados ante os efeitos nocivos que estas medidas terão no consumo e crescimento.
Essa reunião mensal terá sequência na terça-feira, quando ocorrerá outra reunião regular dos ministros das Finanças de toda a União Europeia.
A moeda europeia, que atingiu o patamar mais baixo desde outubro de 2008 (1,2355 dólar), não recebeu apoio do conselheiro econômico do presidente americano Barack Obama, Paul Volcker, que acredita em uma eventual "desintegração" da zona do euro.
Outras informações contribuíram para essa imagem, mas foram desmentidas por fontes oficiais. Segundo os boatos, o presidente francês Nicolas Sarkozy havia ameaçado retirar a França da zona para forçar a chanceler alemã Angela Merkel a aceitar o plano de resgate da Grécia.
Para o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, os mercados experimentam uma das "situações mais complicadas desde a Segunda Guerra Mundial". Quanto ao chefe econômico do BCE, Jürgen Stark, ele julga que o plano de ajuda "só está ganhando tempo, nada mais".
Tudo ficará igual, sem reformas econômicas na zona do euro e sem esforços orçamentários, declarou Stark.
Para evitar que isso ocorra, a Comissão Europeia propôs na última quarta um controle preliminar dos projetos orçamentários nacionais e quer instituir um arsenal de sanções profundas para os países laxistas.
O ministro alemão da Economia Wolfgang Schäuble defenderá "nos próximos dias" junto aos seus colegas da zona do euro a criação de "um programa de comum acordo" de redução dos déficits orçamentários, informou a revista semana Der Spiegel.
Trata-se de um plano que definirá 12 pontos sobre a reforma da moeda comum, precisou a revista econômica concorrente Wirtschaftswoche.
A chanceler alemã Angela Merkel solicitou aos outros membros do grupo que "organizassem suas finanças públicas" e "melhorassem sua competitividade" para estabilizar a moeda.
Depois da Grécia, Espanha e Portugal anunciaram na quarta-feira e quinta-feira, respectivamente, importantes medidas de austeridade, que incluem a redução de salários públicos para os espanhóis e a subida do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para os portugueses.
Já a Itália está estudando um plano de rigor que incluiria o congelamento dos salários e cortes de gastos públicos.
No sábado, em Zagreb, o comissário europeu dos Assuntos Monetários, o finlandês Olli Rehn, insistiu que a União Europeia defenderá o euro.
"Faremos o que tivermos de fazer para defender o euro", disse Rehn.
Os mercados devem compreender que "falamos sério sobre a defesa da moeda e da estabilidade financeira da zona do euro", acrescentou.