postado em 17/05/2010 20:12
A adoção de regras internacionais para monitorar o sistema financeiro internacional foi apontada nesta segunda-feira (17) como solução contra riscos sistêmicos na economia mundial, em encontros que reuniram ex-chefes de governo do Brasil, Chile, Uruguai e da Espanha na Bovespa e no Instituto Fernando Henrique Cardoso.Para o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, a medida passa por um entendimento político. Reforçando o que havia dito o ex-presidente do Chile, Ricardo Lagos, que comandou aquele país entre 2000 e 2006, o ex-presidente brasileiro alertou que cada país tem de se precaver para não ser engolido pelo mercado globalizado. ;Ou nós nos globalizamos ou eles nos globalizam;, disse.
O ex-primeiro-ministro da Espanha, Felipe González (1982;1996) disse que a regulamentação é um dos desafios para o futuro da economia mundial sob pena de se repetirem episódios como a da quebra das instituições norte-americanas, em setembro de 2008. Além disso, cobrou maior responsabilidade dos mandatários.
Todos eles manifestaram pensamentos em sintonia com o do ex-presidente do Uruguai (1985-1990 e 1995-2000), Julio Maria Sanguinetti, sobre os benefícios da estabilização econômica. Com inflação fora de controle, segundo observou, ;o rico sempre vai poder se defender, mas os pobres são os que mais sofrem;.
;Nada está assegurado na história e tudo o que conseguimos pode desaparecer se não criarmos novos procedimentos;, advertiu Fernando Henrique Cardoso, numa referência velada sobre a base criada a partir do Plano Real para que o Brasil alcançasse a estabilidade econômica.
Os discursos foram feitos para marcar o evento O Mundo Pós-crise: Perspectivas Políticas e Econômicas na inauguração da exposição Um Plano Real, montada na sede do Instituto Fernando Henrique Cardoso, no centro de São Paulo. A mostra será aberta ao público no próximo dia 15 de junho.