postado em 19/05/2010 11:33
Madri - O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que os cortes no Orçamento anunciados pelo governo permitirão dosar o crescimento da economia brasileira, de modo que não seja instantâneo. ;Não estamos, de forma alguma, preocupados em ter voo da galinha. O que não queremos é voar além do que estamos planejando".Paulo Bernardo participa na capital espanhola do seminário Aliança para uma Nova Economia, que reúne empresários, políticos e intelectuais do país interessados no cenário econômico brasileiro. Além dele, participam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.
As previsões da equipe econômica são de um crescimento entre 5,5% e 6% este ano. Segundo o ministro do Planejamento, há quem acredite que o número possa chegar a 8%. A estratégia do governo é de que os cortes anunciados desacelerem esse crescimento para que em 2011 seja mantida a evolução. ;Achamos razoável crescer 6% este ano e 4% ou 5% no ano que vem;.
Paulo Bernardo considera pequeno o corte de R$ 10 bilhões, perto da ideia inicial do Ministério da Fazenda, de R$ 20 bilhões. Ele afirmou que não haverá cortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mas admitiu que alguns investimentos serão atingidos - entre eles as emendas parlamentares.
De acordo com o ministro, o presidente não vai permitir que as disputas políticas atuais influenciem as decisões econômicas. De qualquer forma, os efeitos dos cortes feitos agora nos gastos só serão sentidos no ano que vem. Paulo Bernardo garantiu aos investidores espanhóis que o crescimento será mantido, seja qual for o resultado.
Para o ministro, se a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, vencer, ela deve dar continuidade à política econômica. Se a oposição vencer, Paulo Bernardo prevê que não deve haver mudanças substanciais porque o crescimento econômico é defendido pelo povo. ;Dificilmente, uma vitória da oposição vai representar um desmantalemento dessa política de Estado, até porque vai haver uma reação muito negativa;.