Economia

Corte nos gastos e arrecadação recorde vão ajudar a abater os juros da dívida, diz secretário

postado em 19/05/2010 16:12

Os cortes de gastos e a arrecadação recorde registrada mês após mês pela Receita Federal serão usados pelo governo para cumprir a meta de superávit primário estabelecida em 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Foi o que revelou nesta quarta-feira (19/5) o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. A meta do primeiro quadrimestre do Governo Central (Banco Central, Tesouro e Previdência) é de arrecadar R$ 18 bilhões, segundo Augustin. Ele adiantou que o governo atingirá, com folga, o valor.

Ontem (18), a Receita informou que o crescimento da arrecadação de impostos e contribuições, do período de janeiro a abril, representou, em termos absolutos, R$ 39,383 bilhões a mais nos cofres do governo. E, na semana passada, foi anunciado um corte adicional de gastos nos ministérios de R$ 10 bilhões, elevando para R$ 31,8 bilhões o total do contingenciamento deste ano.


;Esse dinheiro vai para cumprir o [superávit] primário que muitos, até um mês atrás, diziam que o governo não iria cumprir. Se tu olhares bem no mercado, muitos ainda dizem [que o governo não vai cumprir]. Existem projeções que mostram que sequer iremos cumprir o [superávit] do ano;, disse o secretário. O superávit primário é a economia que o governo faz para abater dos juros da dívida.

Augustin avaliou que ainda é cedo para saber se o governo poderá, no futuro, depositar mais recursos no Fundo Soberano do Brasil (uma poupança extra mantida pelo governo para os momentos de crise) e considerou prematuro definir se o governo terá condições de fazer um superávit primário maior do que os 3,3% do PIB, que é a meta deste ano.

;Por enquanto nós estamos concentrados em cumprir o primário. Concentrados em ganhar o jogo. Goleada, é depois.; O secretário informou ainda que R$ 32 bilhões referentes ao Programa de Aceleração do Crescimento poderão ser abatidos do superávit primário no ano que vem, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O valor não tinha ficado bem claro para os parlamentares que exigiam do governo uma definição do total que poderia ser abatido. Mas ontem, de acordo com Augustin, o governo enviou ao Congresso o número exato.

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