postado em 19/05/2010 17:48
As medidas de adequação da política fiscal, que preveem um contingenciamento adicional de mais de R$ 10 bilhões no Orçamento ; o equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) ; são significativas e vão contribuir para a manutenção do crescimento da economia em um patamar sustentável no médio e no longo prazos. A afirmação é do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que participou nesta quarta-feira (19/5) do Fórum Nacional.Barbosa confirmou as projeções do governo federal de que a economia brasileira crescerá entre 7,5% e 8,5% no primeiro trimestre, mas destacou que esse crescimento é mais perceptível por marcar a saída da crise financeira mundial. ;O crescimento mais forte no primeiro trimestre é uma consequência natural da saída da crise. E é bom não esquecer que, no trimestre mais agudo da crise, o último de 2008, a economia brasileira caiu mais de 13% e, agora, é normal que ela volte subindo um pouco mais, para depois se acalmar em um novo patamar;.
O secretário ressaltou o fato de que as previsões do mercado, hoje, são divergentes quanto ao crescimento do primeiro trimestre de 2010, muitas apontando para uma expansão ainda maior do PIB. ;Mas há um consenso de que, ao final deste ano, a economia brasileira estará crescendo a um ritmo entre 4,5% a 5,5%. Terá retornado exatamente ao ritmo proposto pelo PAC 1 [Programa de Aceleração do Crescimento], que é o que o governo considera sustentável;.
Ele admitiu, porém, que o governo trabalha para aumentar este crescimento ainda mais e que o PAC 2 já embute uma proposta de crescimento de 5,5%, em média, entre 2011 e 2014. ;E manter um crescimento médio entre 5,5% a 6% é perfeitamente factível;, disse. Para Barbosa, os cortes já anunciados pelo governo são adequados para a capacidade fiscal da economia e para conduzir a economia para um crescimento sustentável no médio prazo. Segundo o secretário, a escolha das áreas que seriam prejudicadas com o contingenciamento obedeceu a um critério de prioridades.
Sobre as previsões do mercado de que o crescimento pode estar acelerado, Barbosa lembrou que as projeções ainda não embutem os cortes anunciados pelo governo e que os analistas vão ;readequar; suas previsões na medida em que os efeitos dessas medidas forem surgindo. ;O quadro que a gente tem hoje é que os números podem variar pontualmente, mas que o quadro qualitativo aponta para um crescimento mais forte no primeiro trimestre, desacelerando ao longo do ano para um ritmo anual entre 4,5% a 5,5%, ao final do ano;.
Barbosa admitiu que a alta de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic), promovida na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), vai gerar uma despesa maior para o governo do ponto de vista do pagamento dos juros, mas ressaltou a importância da medida no controle da inflação. ;A Selic tem por objetivo o controle da inflação. O que pauta a atuação da taxa é manter a inflação dentro da meta estabelecida pelo governo, ou, como é o caso atual, fazer a inflação convergir para a meta em um prazo adequado;.