Agência France-Presse
postado em 20/05/2010 14:48
Cerca de 20 mil manifestantes, segundo a polícia, mais que o dobro desse número, segundo os sindicatos, protestaram nesta quinta-feira na Grécia durante a quarta greve geral organizada desde fevereiro contra a reforma do sistema previdenciário e do plano de austeridade.A passeata realizada até a sede do Parlamento, convocada em Atenas pela Confederação Geral de Trabalhadores gregos (GSEE, um milhão de membros) e a central dos servidores públicos (ADEDY, 370 mil membros) contou com menos pessoas que a passeata ocorrida na greve geral anterior de 5 de maio.
A manifestação do início de maio registrou a morte de três bancários pelo incêndio do banco em que trabalhavam.
Segundo a polícia, a Pame, frente sindical do Partido Comunista (KKE-ultra ortodoxo), reuniu em torno de 4 mil pessoas.
"Todos na luta", "as aposentadorias não devem ser submetidas ao mercado", afirmavam cartazes da passeata sindical, em protesto contra a terapia de choque aplicada na Grécia em troca de um resgate financeiro por parte da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O plano de ajuste inclui uma reforma do sistema previdenciário que prolonga a idade mínima de aposentaria e deve ser submetida ao voto do Parlamento até o fim do mês.
Em Tessalônica, a segunda maior cidade grega, situada no norte do país, os manifestantes reuniram em torno de 5 mil pessoas, segundo uma fonte policial.
Essas manifestações ocorreram durante uma greve na qual os transportes públicos foram interrompidos em Atenas. Apenas o serviço ferroviário funcionava, ainda que com muitas limitações.
O porto de Pireu, próximo a Atenas, não operou.
O tráfego aéreo, por outro lado, era normal, porque o sindicato dos controladores aéreos não aderiu à greve para não prejudicar o setor de turismo.
Graças a um adiantamento de 20 bilhões de euros nos empréstimos em um total de 110 bilhões de euros em três anos, a Grécia acaba de pagar uma parte de sua dívida, que está em torno de 300 bilhões de euros.