Economia

Presidente do Ipea descarta superaquecimento da economia brasileira

postado em 20/05/2010 19:38
Rio de Janeiro - O presidente do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, disse nesta quinta-feira (20/5), em entrevista no Fórum Nacional, no Rio de Janeiro, que a situação atual no Brasil não configura um superaquecimento de toda a economia. Admitiu, porém, que pode estar havendo um aquecimento em alguns segmentos. Citou, como exemplo, o setor da construção civil. Há carência de mão de obra, afirmou.

Não há, contudo, segundo ele, sinais de que o crescimento da economia seria incontrolável. Para Pochmann, as medidas tomadas até agora indicam que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) se manterá em um padrão adequado. A previsão do Ipea é que o PIB crescerá este ano entre 5,5% e 6,5%.

Pochmann acredita que o Brasil se encontra em recuperação após a crise internacional de 2008. ;Essa recuperação é adequada e vem acompanhada, inclusive, da ampliação de investimentos, que é a maior preocupação que se tem em relação ao problema inflacionário;.

Para ele, não há justificativa para a adoção de uma política monetária mais contracionista no país. ;Ainda mais porque, do ponto de vista fiscal, há a intenção já declarada [do governo] de fazer corte nos gastos correntes;. Disse que a política monetária deve estar atenta para as repercussões da taxa de juros no médio e longo prazos. ;Porque há uma defasagem de seis a sete meses em que o impacto dos juros acaba influindo em determinados aspectos da área social;.

A política fiscal dá mais possibilidade de se fazer ajustes imediatos, explicou, ;contraindo e até liberando, à medida em que vão sendo avaliados os diversos setores econômicos;.

Em relação à inflação, considerou natural uma elevação dos índices no primeiro semestre do ano. ;O impacto é sazonal e podemos nos adequar no segundo semestre;. Não haveria necessidade de atuar de forma mais radical pelo lado dos juros, reiterou.

Apesar de a economia brasileira se mostrar bem preparada, o presidente do Ipea reconheceu que essa segunda fase da crise internacional terá reflexos no país, sobretudo sobre as exportações.

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