postado em 21/05/2010 08:15
O Senado norte-americano aprovou na noite de ontem o projeto de reforma do sistema financeiro, após meses de discussões sobre o maior conjunto de mudanças da legislação desde a década de 1930. Por 59 votos a favor contra 39, os senadores, além de aprovarem regras mais rígidas para os bancos e os mercados de capitais como consequência da crise financeira de 2008, deram uma vitória histórica para o presidente Barack Obama.O projeto de 1.500 páginas propõe a criação de um serviço de proteção aos consumidores financeiros no Federal Reserve (o banco central norte-americano), estabelece regras mais rígidas para os fundos de hedge e derivativos e cria um mecanismo de dissolução de empresas não financeiras cujo colapso possa perturbar a economia.
Novas regras
Em termos gerais, a nova legislação busca fechar as lacunas de regulamentação e acabar com as práticas especulativas que contribuíram para a crise de 2008, o que levou o governo norte-americano a criar um fundo de socorro aos bancos no valor de US$ 700 bilhões. O Federal Reserve terá novos poderes para regular as maiores empresas financeiras do país, independentemente de se tratar de bancos ou não.
Os republicanos eram contra o projeto de lei, que consideravam uma intromissão excessiva nos mercados. Mas com a crise europeia, o ambiente para aprovação foi facilitado e três senadores acabaram se unindo aos democratas e aprovando as novas regras.
MAIS JUROS POR TÍTULO
As incertezas que rondam as economias do bloco europeu e as expectativas de aumento da inflação no Brasil levaram os investidores a exigirem taxas de juros maiores para comprar títulos públicos, no leilão realizado ontem. O Tesouro Nacional, porém, recusou os altos juros cobrados e desistiu de vender parte dos papéis. De acordo com o coordenador de operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, o governo optou por não sancionar as taxas e aguardar a melhora das condições do mercado.