Economia

União Européia apoia sanções a países que não cumprirem regras orçamentárias

postado em 22/05/2010 11:07
Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) apoiaram com firmeza os pedidos por novas e mais rígidas sanções contra países que quebram as regras orçamentárias do bloco, em uma tentativa de dar fôlego ao euro e aumentar a segurança contra uma crise de dívida. ;Nós discutimos sanções e está muito claro que há um consenso sobre termos sanções financeiras e não financeiras;, disse Herman Van Rompuy, presidente da UE, que presidiu as conversas. ;Todos estão preparados... caso necessitemos, para ir adiante com novas sanções que não estão definidas no Pacto de Estabilidade e Crescimento;, afirmou, em referência às regras orçamentárias da União Europeia.

As discussões dos ministros, que vão continuar até outubro, são baseadas nas propostas delineadas na semana passada pela Comissão Europeia e em ideias da Alemanha, que quer ir ainda mais longe que o órgão executivo da UE. As propostas definidas pelos dois lados pedem sanções mais rápidas e abrangentes para países que repetidamente extrapolam o limite de 3% de deficit sobre o Produto Interno Bruto (PIB). As propostas também sugerem um mecanismo para fazer as nações reduzirem os níveis de dívida abaixo de 60% do PIB.

Linha dura
Uma das sugestões da Alemanha ; onde a opinião pública tem se irritado com os empréstimos emergenciais do país à Grécia, que durante anos desrespeitou as diretrizes orçamentárias da UE e manipulou estatísticas para encobrir os rombos ; é criar um mecanismo para moratória ordenada da dívida soberana caso ela ocorra. Mas Van Rompuy ressaltou que tal mecanismo é somente uma opção de longo prazo.

Ontem, o ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, disse em discurso no Parlamento, que a União Europeia precisa fortalecer os instrumentos do Pacto de Estabilidade e Crescimento e enfrentar os elevados deficits(1) para proteger o euro. E contou que a força-tarefa da UE trabalha para levantar ideias sobre como endurecer as regras orçamentárias do bloco. Depois disso, os parlamentares acabaram aprovando a participação alemã no pacote de socorro a países da Zona do Euro e à Grécia.

Os ministros de Finanças, ou seus representantes, vão se reunir mais duas vezes antes de 17 de junho com o objetivo de preparar um relatório de progresso para um encontro entre líderes. As conclusões das conversas serão apresentadas em uma cúpula do bloco em outubro.

1 - Protesto na Espanha
O maior sindicato da Espanha, o Comissões Operárias, pode convocar uma greve geral para protestar contra as medidas de austeridade planejadas pelo governo, disse seu presidente, Ignacio Fernández Toxo, apesar de analistas considerarem improvável uma agitação social similar à da Grécia. A paralisação duraria apenas um dia. O Comissões Operárias e o segundo maior sindicato da Espanha, o UGT, já declararam greve dos funcionários públicos em 8 de junho. Os trabalhadores estão irritados com os cortes de salários impostos pela campanha de austeridade do governo.

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