postado em 22/05/2010 13:54
O guaraná em pó e o açaí produzidos pelos Sateré-Mawé (AM) conquistaram o mercado europeu. No final de março, as 120 famílias de indígenas, organizadas em um consórcio, venderam pela primeira vez para um importador francês que irá distribuir os produtos pela Europa.O contrato foi de 174,4 mil euros, com previsão de exportar 2 mil quilos de guaraná em pó e de 1,5 mil quilos de açaí, que serão enviados por etapas, de acordo com a capacidade de produção e a demanda dos importadores.
A primeira parte da encomenda, de 220 quilos de guaraná em pó, já foi enviada e a ideia é fazer remessas mensais. Para chegar ao destino final, os produtos são levados de barco em um percurso que dura 24 horas até Manaus, de onde são transportados de avião para a Europa.
Os produtores da região, que já contavam com apoio técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foram atendidos por serviços de câmbio e de certificação digital do Banco do Brasil, disse à Agência Brasil o superintendente do BB no Amazonas, José Amarildo Casagrande.
Os exportadores pagaram pelo contrato de câmbio, no valor de US$ 20, e receberam gratuitamente o certificado digital, que custa cerca de R$ 400, segundo o superintendente. Também foi aberta uma conta corrente na agência do Banco do Brasil no município de Maués em nome do consórcio dos produtores.
Segundo Casagrande, o banco investe na estratégia de desenvolvimento regional e assim conquista novos clientes.
;A estratégia é adotada de acordo com a vocação da comunidade. São reunidos parceiros, como universidades, a Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural] e a Embrapa que oferecem assistência técnica. Acabamos ganhando clientes e há a inclusão bancária de famílias, com desenvolvimento da economia local;, disse.
Segundo Casagrande, atualmente o banco apoia na região 60 projetos de desenvolvimento regional sustentado em segmentos como pesca, produção de castanhas e artesanato. Ele disse que o próximo grupo que deve exportar é de São Gabriel da Cachoeira (AM), que produz artesanato, como bolsas e cestos.
O Banco do Brasil destinou R$ 26 milhões a projetos de desenvolvimento regional no Amazonas. Em todo o país, são quase R$ 5 bilhões.