postado em 25/05/2010 08:29
Deve ser votado amanhã na Câmara dos Deputados o projeto de lei que obriga os distribuidores de gás de cozinha a descontar do preço do botijão de 13 quilos o valor correspondente à quantidade de gás que fica no vasilhame e que o consumidor não consegue utilizar. O projeto, de autoria do deputado federal José Carlos Machado(DEM-SE), estima que as empresas têm um lucro de cerca de R$ 576 milhões por ano só com o resíduo de gás que fica nos botijões. Os dados foram fornecidos pela Associação Nacional dos Revendedores de GLP (Asmirg), considerando uma sobra de 500 gramas em cada botijão. ;Se fica o resíduo, o valor tem que ser devolvido ao consumidor. O que as empresas embolsam indevidamente daria para comprar cerca de 1,5 milhão de cestas básicas por mês`, comparou o parlamentar.A proposta do deputado, que será apreciada pela Comissão de Minas e Energia da Câmara, é que sejam instaladas balanças para aferir o peso dos botijões no ato da compra e na devolução do produto, de forma que o consumidor só pague pelo que efetivamente consumiu. Segundo Machado, essa prática já é adotada na venda de cilindros de 45 quilos, usado em condomínios e restaurantes, por exemplo. ;As empresas falam que colocar a proposta em prática para botijões de 13 quilos é muito difícil. Mas já até passei para eles o contato de um fabricante que está pronto para fornecer o equipamento;, observou.
As empresas, porém, contestam a tese do deputado. ;Não existe nenhuma conspiração contra o consumidor. Não estamos lesando ninguém;, garantiu Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás). Ele explicou que a venda de botijões segue as regras de produtos pré-medidos, em que é permitida uma variação de cerca de 300 gramas, para mais ou para menos, nos botijões de uso doméstico.
;O consumidor nunca compra um botijão com 13 quilos exatos. Tem uma flutuação. O mesmo acontece com um pacote de arroz ou um pacote de biscoitos;, explicou. Mello admitiu que sempre sobra uma quantidade de gás nos vasilhames, mas afirmou que a quantidade varia de 30 gramas a 60 gramas, em média, conforme aferição da própria Agência Nacional do Petróleo (ANP).