Marcelo Brum
postado em 27/05/2010 08:41
O Brasil vai retaliar a Argentina caso as vendas de produtos alimentícios(1) para o país vizinho sejam prejudicadas por causa de ameaças formuladas por autoridades do governo vizinho. O recado foi dado ontem pelo secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, afirmando que importadores argentinos já estão cancelando compras no Brasil temendo o lançamento de um pacote de medidas para impedir a entrada das importações.O secretário revelou que o governo brasileiro espera que a administração da presidente Cristina Kirchner faça uma declaração oficial descartando as ameaças às importações de alimentos. ;Esse barulho está prejudicando os pedidos de importação para o Brasil e nós temos que acabar com isso;, afirmou Barral.
A atitude da Argentina soa estranha pelo fato de se tratar do comércio de alimentos. As exportações para o Brasil, em torno de US$ 2 bilhões, são quatro vezes maior do que as venda brasileiras para aquele país, em torno de US$ 500 milhões. Além disso, o momento é pouco adequado: o comércio entre os dois países aumentou 50% nos quatro primeiros meses do ano.
Ainda distante dessa disputa, o Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior decidiu ontem reduzir a alíquota de Imposto de Importação sobre latinhas de alumínio para assegurar o abastecimento. Isso porque, a indústria local não tem como atender a demanda das fábricas de cerveja, que esperam um aumento de 15% na vendas por causa do calor e da Copa do Mundo de futebol.
1 - Caso antigo
O sinal amarelo no comércio com a Argentina foi acionado na semana passada, quando seis caminhões provenientes do Brasil carregados com milho em lata e produtos elaborados com carne suína ficaram retidos na cidade argentina de Paso de los Libres, situada ao lado de Uruguaiana (RS), depois que secretário de Comércio argentino, Guillermo Moreno, avisou que iria restringir a entrada de alimentos não frescos. Pressionado, o governo flexibilizou a medida.