Los Angeles, Califórnia (EUA) ; Nos últimos 20 anos, o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no Brasil, cresceu 69%. Até 2014, vai crescer 5% em média, anualmente, enquanto o mundo não passará dos 3% nesse período. Diante de expectativas tão otimistas, só resta apostar no país, certo? Certo. Para a General Motors, pelo menos. A montadora brasileira, incentivada por esses números, vai trazer a partir de 15 de junho um carro que há 46 anos (está na sétima geração) faz sucesso nos Estados Unidos: o sedã Malibu. Ele vem para disputar espaço num segmento que, com automóveis com preço entre R$ 85 mil e R$ 110 mil, a maioria importada, cresceu 473% nos últimos quatro anos.
O sedã Malibu desembarca nas 570 concessionárias Chevrolet em versão única: a LTZ, ao preço de R$ 89,9 mil. E, além de manter a tradição da marca no segmento dos sedãs, tem como alvo a elite(1) tradicional. ;Ao contrário da moderna, que quer produtos personalizados para se divertir, os consumidores da tradicional exigem conforto, segurança e qualidade;, diz Gustavo Colossi, diretor de marketing da companhia.
Segundo dados apresentados no lançamento, são os diferenciais que o carro tem. Por exemplo, em relação à segurança: o Malibu conseguiu notas máximas nos crash-tests realizados por institutos norte-americanos notadamente rigorosos, como o National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) e o Insurance Institute of Highway Safety (IIHS). De fato, o sedã oferece de série vários equipamentos de segurança. É o caso do conjunto de ABS, EDB (Electronic Brake Distribuiction), Panic Assist (assistência de frenagem de emergência) e controles de estabilidade e de tração. Além, é claro, dos airbags ; dois dianteiros, dois laterais e dois de cortinas.
A GM indica que, pelas características de tamanho e equipamentos, o automóvel terá como principais concorrentes o Honda Accord e o Toyota Camry. Mas podem incluir aí o Ford Fusion, o Hyundai Azera e, quem sabe, até os próprios GM Omega e Vectra ; que serão mantidos no portfólio de produtos da empresa. ;A proposta é ter a linha mais completa do mercado. E, para a gente, há espaço entre o Vectra e o Omega. O Malibu chega para ocupar esse nicho;, ressalta Jaime Ardila, presidente da General Motors do Brasil e do Mercosul. A expectativa é vender 200 carros por mês.
Externamente, o Malibu é clássico. Ótimo para quem não quer somente aparecer. Apesar de o design, ter sido inspirado em um ícone da Chevrolet: o Corvette. Isso fica claro na traseira, pois os dois círculos que compõem as lanternas seguiram a mesma linha aplicada na quinta e na sexta gerações do esportivo. Nas laterais, chamam atenção os detalhes cromados nas maçanetas, molduras dos vidros e no friso que acompanha a soleira das portas. As rodas de alumínio tê aro 18, com pneus 225/50 R18, que proporcionam maior estabilidade e um rodar mais firme. Na frente, destaque para nova identidade frontal Chevrolet, em forma de trapézio, com a barra horizontal onde é aplicada a gravatinha dourada.
O interior é bem confortável. Principalmente por conta do design ergonômico (o painel, pela primeira vez na GM, é curvo) e dos materiais tipo premium. Uma curiosidade: motorista e passageiro desfrutam do conceito Dual Cockpit (dupla cabine, em português), também inspirado no Corvette. Esse conceito é baseado no formato do painel, integrado com o console central, que cria ambientes ;independentes; para motorista e passageiro.
A iluminação interna, chamada Ice Blue, é a mesma encontrada em modelos como o Camaro. E mais: o para-brisa e vidros laterais dianteiros são laminados para melhorar a acústica e a redução de ruídos. O porta-malas tem tamanho médio: 428 litros (o Accord tem capacidade para 446; o Azera, para 469).
O Correio avaliou o carro da GM no seu berço: a Pacific Coast Highway, rodovia que liga as praias californianas de Santa Monica e Malibu, à beira do Oceano Pacífico. Foram apenas 70 quilômetros de condução ; o suficiente, porém, para constatar que o carro é confortável e bom de dirigi-lo. É um pouco mais duro que sedãs como o Azera, mas transmite suavidade e, principalmente, segurança na ultrapassagens e retomadas.
1 - É luxo só
Antes de lançar qualquer produto personalizado, as empresas fazem pesquisas ; e usam as realizadas por companhias independentes ; para sentir o que o consumidor pensa, deseja e pode comprar. No caso da elite, a dúvida é: como agradá-la? Segundo dados da GfK, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado do mundo, presente em mais de 100 países, o consumidor top de linha quer, por exemplo, qualidade superior, exclusividade, beleza, requinte e por aí vai. Em 2009, esses consumidores gastaram, no Brasil, US$ 6,45 bilhões. Não é à toa, portanto, que o carro chama-se Malibu, nome de uma das praias mais chiques dos Estados Unidos (Califórnia), onde uma mansão pode chegar a até US$ 20 milhões.
O jornalista viajou a convite da GM do Brasil
Motor do sedã é o mesmo da Captiva
Los Angeles, Califórnia (EUA) ; Para carregar o charme e a sofistificação do Malibu, a GM escolheu o motor 2.4 da família Ecotec. Ele tem quatro cilindros com bloco e cabeçote em alumínio, com duplo comando de válvulas variável. Isso, segundo os engenheiros da montadora, aperfeiçoa a entrada de ar/combustível no motor e, consequentemente, o regime de rotação e o funcionamento.
O 2.4 Ecotec (gasolina) é da mesma família que equipa o utilitário esportivo Captiva, mas possui mais torque em menor rotação, propiciando respostas de retomadas de velocidades mais rápidas. No Malibu, o Ecotec desenvolve 171cv a 6.400 rpm e torque de 22,1kgfm a 4.500 rpm.
Outro atributo do motor que a GM ;venderá; aos clientes é a durabilidade, pois ele foi desenvolvido para atender requisitos e condições dos mais variados mercados, que o protegem das diversas condições ambientais e de combustíveis. As velas, por exemplo, têm durabilidade estimada de 80 mil km.
Junte-se ao motor um exclusivo câmbio: o automático de seis marchas, com opção Active Select (sequencial), que permite que ele se adapte a uma grande variedade de tipos de condução, ajustando-se à necessidade (ou ao estilo) do motorista.
Conforme a opção do condutor, o sistema pode funcionar como um câmbio automático normal, com as posições ;P; (Parking/estacionar), ;R; (Reverse/marcha a ré), ;N; (Neutral/neutro) e ;D; (Drive/dirigir), ou no modo ;M; (manual). Nesta situação, o motorista, por meio de comandos no volante, aumenta as marchas para frente ( ) e as reduz dando toques para trás (-), de modo sequencial.
O câmbio também garante um bom desempenho, tanto em aceleração quanto em retomadas, por ter melhor escalonamento das marchas. A isso, soma-se a sexta marcha alongada, que permite bons números de consumo, principalmente na estrada, onde o Malibu ; segundo a companhia ; faz 14,5km/l. No ciclo urbano, média de 9,4km/l. Em relação às velocidades, o sedã vai de 0 a 100km/h em 10,9s e chega à máxima de 194km/h.
Para rodar no Brasil, com suas estradas descalibradas, digamos assim, o Malibu teve que ser recalibrado. A suspensão ficou mais firme, para aumentar a durabilidade, e foi elevada em 2,5cm. Não foi necessária nenhuma adaptação para o uso da gasolina brasileira (que contém álcool). (RF)
Principais itens
De série, o Malibu traz retrovisor eletrocrômico interno e o externo da esquerda, ar-condicionado digital, volante com aletas para a troca manual de marcha, sensor crepuscular, computador de bordo (que entre outras coisas informa a pressão dos pneus), chave que liga o motor a distancia e um belo sistema de som com oito alto-falantes da marca Bose. Poucos serão os equipamentos opcionais aqui no Brasil. É o caso do DVD no encosto de cabeça, do sensor de estacionamento e, principalmente, do chaveiro com display digital que informa a pressão de cada pneu, a quilometragem percorrida, a quantidade de combustível no tanque, se portas trancadas e se o carro está ligado.