Agência France-Presse
postado em 27/05/2010 16:56
Os preços do petróleo continuaram sua recuperação nesta quinta-feira (27/5) em Nova York, com o barril ganhando mais de 4%, seguindo a tendência dos mercados de ações e depois de Washington ter estendido as proibições para as perfurações marítimas.No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em julho fechou em 74,55 dólares, alta de 3,04 dólares em relação à quarta-feira.
Nas últimas duas sessões, a matéria-prima acumula recuperação de cerca de 6 dólares, mais de 8% de avanço.
"O mercado recebeu uma boa dose de otimismo", resumiu Phil Flynn, da PFG Best Research. "Já era tempo: os preços tinham caído de 87 dólares para 65 dólares" em três semanas, completou.
"É uma recuperação impulsionada pelos mercados de ações", considerou, por sua vez, Ellis Eckland, analista independente. "As pessoas estão mais otimistas, não acreditam que o euro vai afundar, e estão menos temerosas em relação à economia."
Wall Street, que seguia os mercados europeus, evoluía em forte alta nesta quinta-feira na segunda metade da sessão, e o euro era cotado a quase 1,24 dólar contra menos de 1,22 dólar na quarta-feira.
Segundo Ellis Eckland, os operadores reagiram à coletiva de imprensa do presidente Barack Obama.
Por conta da mancha de óleo no Golfo do México, a pior registrada na costa dos Estados Unidos, Obama anunciou que estenderá durante seis meses a proibição para a exploração petroleira marítima e suspenderá projetos pendentes nas costas do Alasca e da Virgínia.
"Os Estados Unidos retiram um terço de sua produção de petróleo das plataformas marítimas", lembrou Eckland. "Se não houver mais exploração, essa produção pode simplesmente desaparecer", completou, explicando que os poços devem ser substituídos com frequência.
"Se a proibição durar dois ou três anos, isso provocará uma queda da produção (americana de petróleo), de em torno de 300.000 barris diários, se durar mais, será muito forte", advertiu.
Os Estados Unidos produzem um total de mais de cinco milhões de barris diários de petróleo.