Economia

Exportação de vestuário produzido no RJ cresce, mesmo com a crise global

postado em 28/05/2010 18:39
Brasília - O Rio de Janeiro conseguiu escapar dos efeitos da crise internacional sobre as exportações brasileiras de vestuário. Dados do primeiro quadrimestre do ano, divulgados nesta sexta-feira (28/5) pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), mostram que o estado continuou crescendo, mesmo diante das adversidades no mercado externo. ;O Rio está buscando o equilíbrio;, afirmou o gerente do CIN, João Paulo Alcântara.

Nos primeiros quatro meses de 2001, as exportações de vestuário fluminenses representavam 3,71% do total das vendas externas brasileiras do setor. ;A participação do Rio estava muito aquém do seu potencial;, lembrou Alcântara. Hoje, o estado é responsável por 15,5% do embarques desse segmento.

De acordo com Alcântara, isso se deve ao processo de reestruturação do setor de moda fluminense, que resultou em produtos de elevado valor agregado e maior qualidade, com investimentos na capacidade criativa da indústria local. ;O Rio de Janeiro escolheu uma estratégia. O estado tem uma característica produtiva de empresas de pequeno porte, que, se por um lado, não nos dá um volume de produção monstruoso, nos dá agilidade e capacidade de adaptação às novas realidades;. Ele considerou isso uma vantagem para o Rio enfrentar a competitividade da indústria asiática.

O mesmo processo vem sendo observado em outros estados, como São Paulo, onde o preço médio por quilo de vestuário exportado saltou de US$ 15 em 2002 para mais de US$ 40 hoje. No estado do Rio, a valorização atingiu 280,62%. O preço do produto fluminense exportado no primeiro quadrimestre deste ano foi de US$ 86,59 o quilo, contra US$ 22,75 em 2001. ;O produto de baixo valor agregado saiu da pauta. O que está sendo exportado é o produto que tem diferenciação;.

Todos esses fatores tornaram o Rio de Janeiro menos vulnerável a problemas pontuais, como a crise internacional, disse o gerente do CIN. O Rio abriu o leque de mercados importadores da moda, optando por vender a países desenvolvidos e com maior poder de consumo, que valorizam fatores como design, criatividade e qualidade. Os principais destinos foram Estados Unidos, Portugal, Itália, Namíbia, França, Japão e Grécia.

O número de destinos subiu de 32, em 2001, para 63 este ano. Alcântara disse que as estatísticas provam a solidez das exportações de vestuário fluminense. ;O Rio consegue crescer em volume e em valor agregado, ampliando a sua carteira de clientes. Isso vem se mostrando contínuo ao longo de dez anos.;

Enquanto as exportações brasileiras de vestuário experimentaram retração de 35,24% nos últimos dez anos, passando de US$ 91,86 milhões nos quatro primeiros meses de 2001, para US$ 54,49 milhões no primeiro quadrimestre deste ano, os embarques de moda do Rio de Janeiro mostraram expansão de 171,92% em igual período. As exportações fluminenses subiram de US$ 3,4 milhões para US$ 9,26 milhões, de acordo com a estatística do CIN.

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