postado em 31/05/2010 08:01
O ministro do Orçamento da França, François Baroin, afirmou que o objetivo de manter a nota máxima de seus títulos conferida pelas agências de classificação de risco ; o rating AAA ; é difícil e não será possível sem um firme posicionamento político de corte do deficit fiscal, seguindo a Alemanha, que estuda elevar os impostos na tentativa de equilibrar as contas públicas.Em entrevista ao Canal , Baroin foi questionado se os planos da França de enfrentar o crescente deficit foram anunciados para manter o rating AAA, o mais alto na escala das agências de classificação de risco e que permite ao governo tomar dinheiro emprestado a taxas relativamente baratas no mercado internacional . ;O objetivo de manter o rating ;AAA; é difícil e é um objetivo que, de fato, indica parcialmente as políticas econômicas que nós queremos ter;, respondeu, acrescentando. ;Nós devemos manter nosso rating, reduzir nosso deficit para evitar tanta dependência dos mercados e devemos fazer isso por muito tempo;.
Providências
A previsão de deficit francês para 2010 é de 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas o governo já anunciou a intenção de reduzir o rombo para o equivalente a 3% do PIB até 2013, de forma a ficar dentro dos limites permitidos pelas regras da União Europeia.
As negociações estão em andamento para a reforma previdenciária e Paris congelou os gastos do governo central, exceto as pensões e pagamentos de juros, entre 2011 e 2013. O governo também está estudando a edição de uma emenda constitucional para definir os limites do deficit orçamentário.
Mas os sindicatos da Zona do Euro estão se preparando para possíveis confrontos nas próximas semanas se os governos impuserem medidas de austeridade ou reformas trabalhistas unilateralmente. A resposta, dizem os sindicalistas, virá na forma de greve geral. A Confederação Europeia dos Sindicatos está considerando dar uma resposta ao arrocho fiscal em Bruxelas, nos dias 1; e 2 de junho.
Mas os ministros deixaram claro que estão preparados para tomar medidas impopulares para prevenir que uma crise de dívida a exemplo do que aconteceu na Grécia se espalhe para outras economias.
Espanha em crise
A situação do governo do socialista Jose Luiz Rodriguez Zapatero piorou muito ontem, depois que uma pesquisa dimensionou o tamanho da crise política no governo. O risco de antecipar as eleições por impopularidade é iminente e, foi agravada com a proposta de reforma trabalhista defendida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) como o ponto mais urgente a ser resolvido na Espanha.
O prazo para que governo, empresas e sindicatos entrem em um acordo termina em 11 de junho e caso isso não aconteça, Zapatero, presidente do governo, terá que decidir sozinho e arriscar enfrentar mais problemas com os representantes dos trabalhadores. O desemprego está em 20% da população e pode subir ainda mais com o anúncio de um corte orçamentário adicional de US$ 18 bilhões.
Pesquisas de opinião mostram que o governo de Zapatero está perdendo terreno rapidamente para a oposição e muitos eleitores acreditam que somente a antecipação das eleições pode dar suporte à política de austeridade fiscal proposta para 2011.
Nesse momento, o governo espanhol está se esforçando para provar ao nervoso mercado financeiro mundial que a quarta economia da Zona do Euro não vai pelo mesmo caminho que a economia grega. Mas, com a crescente oposição política, a capacidade dos partidários que apoiam o governo de avançarem com as reformas é limitada.