Economia

Governo ajusta meta de exportações deste ano para US$ 180 bilhões

postado em 01/06/2010 17:51
Brasília ; O governo aumentou de US$ 168 bilhões para US$ 180 bilhões a meta de exportações para 2010. O valor representa 17,6% a mais que os US$ 152,9 bilhões exportados em 2009. Segundo o secretário de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, a elevação decorreu do desempenho das vendas externas neste ano.

De janeiro a maio, o país exportou US$ 72 bilhões, recorde histórico para o período, chegando a superar os mesmos meses de 2008, antes do início da crise econômica. Na avaliação do secretário, apesar do crescimento, o Brasil precisa estar atento para melhorar a competitividade porque o crescimento das exportações deu-se, fundamentalmente, em razão das vendas de petróleo, minério de ferro e soja em grãos.

;Esses produtos responderam por 53% do crescimento das exportações entre maio de 2009 e maio de 2010. Isso pode ser perigoso caso o país se torne dependente dos preços mundiais das commodities;, disse Barral.

Para o secretário, a alta nas exportações das commodities é consequência, principalmente, da elevação da cotação internacional do petróleo, que aumentou 104,7% nos últimos 12 meses, e do preço do minério de ferro, que subiu 78,3% no mesmo período. Em relação aos produtos industrializados, a quantidade exportada aumentou, mas os preços ficaram praticamente estáveis.

;Para continuar a diversificar as exportações, o Brasil tem de aumentar a competitividade. Os preços das mercadorias industrializadas estão caindo por causa da queda de demanda na Europa e nos Estados Unidos, o que acirra a concorrência e obriga o país a cortar custos como tributos, câmbio e logística;, declarou Barral.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, o agravamento da crise econômica na União Europeia ainda não se refletiu nas vendas para a região. As exportações para o bloco econômico aumentaram de US$ 144,1 milhões em março para US$ 174,2 milhões no mês passado.

Entre os principais países da região, as vendas caíram apenas para a Espanha. Segundo Barral, no entanto, essa queda aconteceu porque não houve embarques de petróleo para aquele país no mês passado. ;Ainda é cedo para apontar alguma tendência;, destacou o secretário.

Apesar de não ter arriscado uma avaliação dos impactos da crise na União Europeia sobre as vendas externas brasileiras, Barral admitiu que o cenário econômico na região afetou a estimativa da nova meta de exportações. ;Até poderíamos ter feito uma projeção mais ambiciosa, mas preferimos ser conservadores e esperar os desdobramentos da crise na Europa;, ressaltou.

Sobre o pacote de apoio aos exportadores brasileiros, anunciado no mês passado, o secretário afirmou que levará alguns meses para os efeitos serem sentidos. ;Várias medidas ainda precisam ser aprovadas pelo Congresso, como a inclusão das exportações no Simples, que depende de mudança em lei complementar;, disse.

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