Economia

Lula: países da América Latina e o Caribe precisam mostrar que podem resolver os próprios problemas

postado em 01/06/2010 21:05
Brasília ; O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (1;/6) a política brasileira em relação aos países vizinhos da América do Sul, do Caribe e da América Central. Ao discursar na cerimônia de encerramento do 33; Encontro do Período de Sessões da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Lula afirmou que os países da região precisam mostrar ao mundo que são capazes de resolver seus problemas sozinhos, sem a interferência das nações mais desenvolvidas.

;Nos últimos anos, fizemos duas reuniões com os países da América Latina, os países árabes e os da África. Criamos o Conselho de Defesa e de Combate ao Narcotráfico. Essas coisas podem não estar funcionando 100%, mas precisamos dizer ao mundo que não precisamos de ninguém para tomar conta dos problemas que são nossos;, disse Lula.

O presidente também criticou a postura do governo Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente Argentino Carlos Menem em relação aos Estados Unidos. Para Lula, os dois ex-presidentes tinham um ;comportamento pequeno de pessoas que não sentiam orgulho ou não tinham a autoestima de representar seus países com orgulho e soberania que precisavam representar;.

;Teve um momento em que a grande briga na América do Sul era para saber qual presidente era mais amigo dos Estados Unidos. Se o presidente dos Estados Unidos convidasse alguém para passar a tarde em Camp David [base militar americana] era o máximo;, brincou Lula. ;Lembro da briga do Carlos Menem [presidente da Argentina na década de 1990] e do Brasil, dos economistas, para saber quem era mais amigo dos Estados Unidos;, acrescentou.

Para Lula, é preciso apostar na integração regional do continente e estimular o comércio entre os países latino-americanos. ;Assim como apostando no potencial do nosso mercado interno, podemos apostar no mercado de consumo regional como fator de nosso desenvolvimento;, disse. ;A cooperação técnica e financeira Sul-Sul será cada vez mais um grande motor do desenvolvimento global. Apostamos no pacto regional para o desenvolvimento regional;, reforçou o presidente.

Em relação à reunião do G20, grupo de países industrializados e emergentes, marcada para o mês de julho, em Toronto, no Canadá, Lula afirmou que, mais uma vez, reivindicará mudanças na arquitetura da economia global e mais apoio aos países pobres e em desenvolvimento. ;Estamos a poucos dias da cúpula do G20. A comunidade internacional aguarda propostas que revertam a situação de retração da economia global. Reformular a arquitetura financeira da economia mundial, aumentar os recursos do FMI [Fundo Monetário Internacional] e do Banco Mundial e criar linhas de créditos mais flexíveis eram decisões inadiáveis. Agora, precisam ser colocadas em prática;, disse.

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