Economia

Telefónica sobe oferta por Vivo

postado em 02/06/2010 09:11
Lisboa ; A Portugal Telecom decidiu convocar uma assembleia de acionistas para discutir a nova proposta de 6,5 bilhões de euros da Telefónica (US$ 7,9 bilhões ou R$ 14,5 bilhões) pela fatia que o grupo português detém na Vivo, maior operadora celular do Brasil. No mês passado, o grupo espanhol havia oferecido 5,7 bilhões de euros pelas ações da empresa de telefonia brasileira.

A Portugal Telecom e a Telefónica têm, cada uma, 50% da Brasilcel, holding que controla a Vivo. Além da assembleia de acionistas, o conselho também decidiu convocar a diretoria para uma reunião conjunta com intuito de discutir a nova oferta da Telefónica até a realização da assembleia de acionistas. A nova proposta da Telefónica é válida até 30 de junho e o prazo pode ser prorrogado caso a Portugal Telecom decida submeter o assunto à deliberação de acionistas.

A Telefónica se dispõe a vender os 10% que tem na Portugal Telecom para o grupo português ou a um terceiro interessado. O grupo espanhol é o maior acionista da Portugal Telecom, seguido pelo Grupo Espírito Santo com 7,99%, a Brandes Investments Partners com 7,89% e a estatal Caixa Geral de Depósitos com 7,30%.

As ações preferenciais da Vivo fecharam ontem com alta de 2,30% na Bovespa, a R$ 51,12. Já as ações ordinárias da empresa brasileira dispararam 16,44%, para R$ 85.

A proposta original da Telefónica pela parte da Portugal Telecom na Vivo foi apresentada no início de maio e imediatamente recusada pelo conselho do grupo português. Desde então, espanhóis e portugueses vêm travando uma disputa pública sobre o futuro da parceria envolvendo a Vivo.

Mercado reage a notícias ruins

; Os investidores ficaram cautelosos neste início de mês. O menor crescimento do setor manufatureiro na China e na Europa em maio acabaram anulando os números positivos da economia norte-americana ; os gastos com construção nos EUA inesperadamente subiram 2,7% em abril. Para piorar, o temor de que o governo Obama endureça a legislação para exploração de petróleo, depois de novo fracasso na tentativa de conter o vazamento de óleo no Golfo do México, empurraram os preços do produto para baixo, influenciando todo o setor de commodities como um todo. Com isso, a Bovespa acompanhou Wall Street e fechou em queda de 1,91%, nos 61.840 pontos. O Dow Jones caiu 1,11%. Já o dólar avançou contra o real e fechou cotado a R$ 1,8390, em alta de 1,41%.

Desemprego recorde

O índice de desemprego na Zona do Euro registrou uma leve alta em abril, atingindo 10,1% da população ativa ; 15,86 milhões de pessoas em busca de emprego ; contra 10% em março, o que representa um novo recorde desde a criação deste espaço, constituído por 16 países. Em toda a União Europeia (UE, integrada por 27 países, incluindo os 16 da Eurozona), o desemprego permaneceu em 9,7% da população economicamente ativa, mesmo índice registrado em março, com 23,311 milhões pessoas procurando trabalho.

Em toda a UE, apenas a Alemanha registrou uma redução da taxa de desemprego em um ano, passando de 7,6% para 7,1%, o mais baixo nível de desemprego desde 1992. As contratações são reativadas tradicionalmente depois do inverno, em especial as atividades ao ar livre, como a construção. Por outro lado, as medidas de desemprego parcial continuam sustentando o mercado de trabalho na maior economia europeia. Com isso, houve menos 45 mil pessoas sem emprego entre abril e maio.

Itália e Espanha
Na Itália, o índice de desocupação subiu de 8,8% em março para 8,9% em abril, um recorde desde o quarto trimestre de 2001. Em abril, havia na Itália 2,22 milhões de pessoas em busca de trabalho, com um aumento de 21 mil em relação a março e de 372 mil em comparação a abril de 2009, quando a taxa de desocupação era de 7,4% da população economicamente ativa.

Na Espanha, país afetado pelo deficit que no ano passado superou 11% do PIB, a taxa de desemprego supera 20% ; contra 8% antes da crise ; com 4,6 milhões de trabalhadores sem emprego no primeiro trimestre do ano, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

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