Economia

EUA sofrem pressão por juro alto

postado em 04/06/2010 09:41
Washington ; Dois membros do Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, defenderam ontem um aumento dos juros nos Estados Unidos como forma de conter o aquecimento durante a recuperação da economia. A pressão pelo aumento da taxa veio do presidente do Fed de Kansas City, Thomas Hoenig, e do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart. Hoenig foi o mais incisisivo e defendeu uma elevação da taxa dos atuais 0,25% para 1% ao ano, como solução para que o BC do país não precise aumentar o custo do dinheiro abruptamente quando a retomada ganhar impulso.

;Com base no panorama atual consensual, parece razoável que a economia estaria bem posicionada para aceitar esse aumento modesto da taxa de fundos;, afirmou Hoenig, em comentários preparados para um almoço de negócios. Ele tem assento no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed. Já Lockhart, do Fed de Atlanta, também integrante do Fomc, avaliou que o momento para a elevação dos juros está próximo. Segundo ele, a economia norte-americana fortaleceu-se e está muito próxima do patamar que permitiria ao Fed começar a elevar os juros.

Embora tenha citado que o desemprego continuará elevado por algum tempo, Lockhart afirmou que o banco central norte-americano não deve esperar demais para começar a apertar as rédeas. ;O momento adequado para se considerar a possibilidade de recalibrar a política de taxas de juros está se aproximando;, disse. Mas ponderou que as condições que exigem uma mudança na política ainda não estão à mão. Para ele, como a economia continua a melhorar e os mercados financeiros encontraram terreno mais firme, a política de taxas extremamente baixas não será necessária para promover a recuperação e irá se tornar incompatível com a manutenção da estabilidade dos preços.

Dificuldade
Em Detroit, o presidente do Fed, Ben Bernanke, mostrou preocupação com o desemprego nos Estados Unidos. Em documento que seria apresentado em uma reunião para discutir as necessidades de financiamento das pequenas empresas de Michigan, o comandante da autoridade monetária reconheceu o sucesso em estabilizar o sistema financeiro e a economia dos EUA nos últimos dois anos, mas viu na escassez de postos de trabalho um fator preocupante. ;Uma questão particularmente difícil é a ainda elevada taxa de desemprego;, destacou.


MÍNIMO MAIOR EM PEQUIM
Pequim vai aumentar o salário mínimo da cidade em 20%, indicando uma elevação dos custos no mercado de trabalho da terceira maior economia do mundo. A partir de 1; de julho, o salário utilizado como piso sofrerá um aumento para 960 iuans (140 dólares) ante os 800 iuans atuais, informou a agência oficial Xinhua. Nas demais províncias e cidades do país, o valor já havia sido elevado este ano, o que causou uma crescente escassez de mão de obra: os trabalhadores migrantes do interior estão optando por empregos em cidades menores, perto dos vilarejos de onde vieram. A nova realidade salarial forçou a Honda Motor a elevar em 24% os salários de seus empregados para encerrar uma greve.

Dívida deve dominar G20

Busan ; Discordâncias sobre o ritmo de redução dos deficits públicos e as maneiras como restaurar o equilíbrio da economia global devem marcar hoje a reunião do G20 no Coreia do Sul. As fortes desvalorizações do euro e das bolsas globais, causadas por temores relacionados à dívida da Grécia e de outros países europeus, deram mais urgência às deliberações de ministros da Economia e presidentes de Bancos Centrais do G20 na cidade portuária sul-coreana. O encontro representantes das 20 principais economias do mundo, entre nações desenvolvidas e emergentes.

A reunião não deve resultar em nenhum acordo sobre reformas financeiras e regulatórias, o que incluiria uma provável taxa bancária global. Por isso, o principal item da pauta deve ser a necessidade de buscar um equilíbrio entre ajustes fiscais e crescimento. ;Os países com deficits orçamentários elevados precisam assegurar que podem lidar com o problema;, disse o ministro britânico das Finanças, George Osborne. Para ele, países superavitários também precisam fazer sua parte e contribuir com o crescimento econômico. ;Esse será um dos grandes tópicos para discussão.;

Na quarta-feira, o secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, concordou que o equilíbrio correto entre arrocho e crescimento é um ;imperativo compartilhado; pelo G20. Até agora, os países discutiram apenas quando reverter os estímulos adotados contra a crise.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação