postado em 07/06/2010 11:20
Buenos Aires - Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, chegam a Buenos Aires esta semana para discutir com o governo argentino o desenvolvimento de ferramentas que permitam equilibrar a balança comercial dos dois países. Segundo a secretaria brasileira de Comércio Exterior, dados recentes mostram que o déficit comercial argentino está em US$ 920 milhões.Mantega e Miguel Jorge vão se encontrar com Amado Boudou, da Economia, e Débora Giorgi, da Indústria e Turismo, em dia ainda não marcado. O encontro ministerial foi acertado entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner, há duas semanas, quando se encontraram no Rio de Janeiro durante o Fórum Mundial da Aliança de Civilizações.
Os ministros brasileiros e argentinos também discutirão um sistema de pagamentos em moeda local para a área de importação e exportação, a integração das cadeias produtivas e o financiamento de exportações com fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além da eliminação de barreiras comerciais ao mercado brasileiro.
No último dia 1; de junho, o governo argentino deveria oficializar ordem verbal do secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que determinava a proibição das importações de alimentos brasileiros industrializados que tivessem similares produzidos pela indústria local. No entanto, o governo de Cristina Kirchner silenciou sobre o assunto, deixando uma pendência que também será discutida entre os ministros durante a reunião em Buenos Aires.
Na última sexta-feira (4/6), a ministra argentina da Indústria e Comercio, Débora Giorgi, divulgou comunicado à imprensa comentando não apenas o déficit comercial com o Brasil mas, indiretamente, a possibilidade da proibição das importações de produtos alimentícios brasileiros. "Parece incrível que continuemos escutando algumas vozes relacionadas ao setor de importação que colocam fantasmas na relação comercial entre o Brasil e a Argentina, que é profunda mas também precisa percorrer o caminho do equilíbrio", disse a ministra, referindo-se ao que chamou de "contexto deficitário para a Argentina".
A ministra da Indústria disse ainda em seu comunicado que a atividade econômica na Argentina registrou crescimento de 6,4% no primeiro trimestre de 2010 e aumento de 9,2% no período de janeiro a abril. Segundo Giorgi, o crescimento industrial impulsiona a maior importação de bens de capital, partes e peças e insumos como ferro, que não é produzido no país.