Economia

Alemanha anuncia corte de 86 bilhões de euros até 2014

postado em 08/06/2010 07:54
Em meio à crise fiscal de países europeus que assusta mercados em todo o mundo, a Alemanha, principal economia da Zona do Euro, deu ontem um passo à frente ao anunciar a intenção de realizar um corte de 86 bilhões de euros nos gastos públicos até 2014. Ontem, a chanceler Angela Merkel apresentou um orçamento rigoroso para 2011, primeira fase do plano, quando o governo pretende economizar 11,2 bilhões de euros ; ou US$ 13,4 bilhões. Caso aprovado, o pacote de austeridade alemão será o mais audacioso desde a Segunda Guerra Mundial.

A proposta deverá afetar todos os setores, salvo o da educação e pesquisa e, possivelmente, as aposentadorias. ;Os últimos meses demonstraram, no caso da Grécia e de outros países da Zona do Euro, que é importante ter finanças sólidas, pois constituem as condições básicas de estabilidade e prosperidade;, afirmou Merkel. Ela informou que o projeto será analisado até o fim do mês pelo conselho de ministros e, em julho, pelo Parlamento.

Demissões
Com o plano, a Alemanha propõe reduzir gastos militares, com corte de 40 mil vagas, e sociais, que representam mais da metade da despesa pública do país. A proposta é modificar a política de subsídios para desempregados e pessoas com direito a ajuda para moradia. O governo pretende também eliminar entre 10 mil e 15 mil empregos públicos até 2014. Além dos cortes nos gastos, o governo quer também aumentar as receitas fiscais. O objetivo é cumprir, em 2013, as metas fixadas no Pacto de Estabilidade e Crescimento europeu para o deficit público (3% do PIB) e dívida (60% do PIB). Em 2009, o deficit alemão era de 3,3% do PIB, e a dívida, 73,2%.

No dia em que a Alemanha anunciou seu pacote de austeridade, governos dos 16 países que integram a Zona do Euro concluíram a elaboração dos detalhes do programa emergencial de empréstimo de 500 milhões de euros para as economias da região. Os países reforçaram a necessidade de redução dos deficits orçamentários para criar confiança nos mercados. O programa emergencial deverá funcionar plenamente até o fim de junho, informou primeiro-ministro de Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

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