postado em 08/06/2010 08:01
A Venezuela anunciou nesta segunda-feira (7/6) mais mudanças nas regras do mercado de câmbio, criando uma terceira taxa oficial, agora vinculada aos preços dos títulos da dívida do país exportador de petróleo. Trata-se de um passo prévio para o que os analistas estão chamando de plataforma E-bond, com a qual o Banco Central daquele país fixará uma banda de variação de preços para o dólar negociado no mercado paralelo, que está parado há mais de duas semanas.O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou, no mês passado, a intervenção no mercado paralelo de câmbio, devido à disparada das cotações da moeda americana, que atingiram as máximas históricas devido ao processo de desconfiança que ronda o país. À época, ele acusou as corretoras e as casas de câmbio de especulação financeira e de lavagem de dinheiro para narcotraficantes. Disse ainda que as empresas tinham como objetivo desestabilizar seu governo. O mercado paralelo de dólar é crucial para manter o ritmo de importações em um país que compra do exterior mais de 70% dos produtos que consome. Não está claro, porém, quando o novo mecanismo começará a operar.
No domingo, Chávez havia ordenado a intervenção em 80 empresas pertencentes a banqueiros processados por ;irregularidades; e decretou a desapropriação de três companhias e de outros nove comércios que, supostamente, incorreram em ;violação de preços;. Além disso, afirmou que deve rever rapidamente o uso da água por multinacionais instaladas no país, como a Coca-Cola e a Pepsi. ;A água que essas empresas privatizam pertence ao povo. A água é um bem social;, afirmou. Chávez aprovou, ainda, a ;aquisição forçada; da Alentuy CA, que fabrica latas de alumínio, e da Envases Internacional, que produz embalagens para o setor de alimentação.