Agência France-Presse
postado em 08/06/2010 10:10
O ex-corretor da bolsa Jerôme Kerviel, acusado de fraudes que causaram perdas de 4,9 bilhões de euros (6 bilhões de dólares) ao banco francês Société Générale, começou a ser julgado nesta terça-feira (8/6) em Paris, em um caso que revelou as armações do mundo financeiro.Kerviel, de 33 anos, vestido com um terno cinza escuro, sentou-se na primeira fileira da sala de audiências do Tribunal Correcional de Paris (que julga delitos penais), lotada; seus dois advogados ficaram na fila de trás.
A pedido do presidente do tribunal, Dominique Pauthe, levantou-se e respondeu as primeiras perguntas: data de nascimento, estado civil, etc. "Solteiro, consultor de informática" com renda de "2.300 euros" mensais, declarou Kerviel.
Kerviel, que tinha chegado ao Tribunal cerca de vinte minutos antes do início da audiência, negou-se a dar declarações.
Ele é acusado de falsificação, introdução fraudulenta de dados e abuso de confiança, neste emblemático processo sobre as armações finaneiras das quais a firma afirma ser vítima. O processo durará até 25 de junho e mais de 40 testemunhas comparecerão, 33 delas citadas pela defesa.
Ao término do julgamento, que tentará determinar sua responsabilidade neste escândalo que explodiu meses antes da crise financeira mundial, Kerviel poderá ser condenado a cinco anos de prisão, a 375.000 euros de multa e a pagar danos e juros correspondentes ao prejuízo sofrido pelo banco, autor da ação.
O escândalo foi revelado em 18 de janeiro de 2008, e supôs a maior perda atribuída a um único corretor na história das finanças.
Kerviel, suspeito de ter empreendido ações não autorizadas nos mercados financeiros por um total de 50 bilhões de euros, foi acusado ter provocado um buraco de 4,9 bilhões de euros que o banco Société Générale classificou de "fraude excepcional".