postado em 09/06/2010 21:11
As duas principais centrais sindicais do país, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical criticaram na noite desta quarta-feira (9/6) a elevação da taxa básica de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros (Selic) para 10,25% ao ano.;É uma insanidade a decisão dos membros do Copom em aumentar a taxa básica de juros. Lamentamos a insistência dos tecnocratas em travar o crescimento, utilizando métodos para conter supostas pressões inflacionárias que são perversos para com os trabalhadores;, diz a Força Sindical, em nota.
A central sindical ainda ressalta que medida do BC ;bajula; os especuladores financeiros. ;É frustrante, neste momento auspicioso da nossa economia, presenciarmos o Banco Central tomar medidas nefastas como esta, com o intuito de frear a produção e o consumo, e bajular os eventuais especuladores. Aliás, estamos virando um paraíso para os especuladores;, diz o texto.
A CUT, que também criticou duramente a decisão, afirmou que o aumento da Selic faz parte de uma política "assistencialista" para banqueiros. ;Existe uma forte pressão por parte do setor financeiro e seus representantes para que esse ciclo de aumento da taxa básica de juros permaneça. Pelos cálculos do economista Amir Khair, se a taxa chegar a 11,75% até o final deste ano, o Brasil gastará a mais com a rolagem da dívida o equivalente a R$ 13 bilhões;, afirma a nota da CUT.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também desaprovou a medida. De acordo com a entidade, justificar o aumento da Selic baseado nos resultados da inflação não é correto. Segundo a Fiesp, a pressão inflacionária no início do ano ocorreu por causa de ajustes pontuais e sazonais, como mensalidades escolares, passagens de ônibus, produtos in natura e álcool.
A federação ainda ressaltou que os números mais recentes do PIB apontam para um crescimento de aproximadamente 26% dos investimentos no acumulado dos últimos quatro trimestres, indicando confiança dos empresários na capacidade de atender ao crescimento da demanda de consumo do país.
;Diante desse cenário, a Fiesp continua, responsavelmente, argumentando que o ciclo de aumentos na taxa básica de juros (Selic) contraria a lógica dos números da economia brasileira e prejudica o desenvolvimento, incluindo o aspecto relevante da geração de empregos;.