Agência France-Presse
postado em 11/06/2010 17:10
Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira (11/6) em Londres e Nova York, onde fechou abaixo dos 74 dólares, afetados pela inesperada queda das vendas do varejo nos Estados Unidos e por uma produção industrial menor que a esperada na China.No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em julho fechou em 73,78 dólares, em baixa de 1,70 dólar em relação à quinta-feira.
No InterContinentalExchange de Londres, o barril do Brent do Mar do Norte com igual vencimento perdeu 94 centavos, indo para 74,35 dólares.
"Os números decepcionantes de vendas do varejo empurraram o mercado um pouco mais para baixo", explicou Tom Bentz, da BNP Paribas.
Estas vendas caíram inesperadamente em maio nos Estados Unidos - após sete meses consecutivos de alta - 1,2% em relação a abril (em dados corrigidos por variações sazonais).
Estes dados deram certo apoio ao dólar, em um momento em que os investidores, cautelosos, buscavam segurança.
"O fato de os Estados Unidos serem o maior consumidor mundial de petróleo levou os investidores a pensarem que a demanda pode não crescer como o esperado", explicou Bart Melek, da BMO Capital Markets.
"Isto estaria em contradição com o indicado pela Agência Internacional de Energia, que revisou para a alta suas previsões de consumo", notou o analista.
Estes dados ofuscaram outra informação mais positiva sobre o consumo americano: o índice de confiança publicado nesta sexta-feira pela universidade de Michigan alcançou 75,5 em junho, seu nível mais alto em dois anos e meio.
O outro fator negativo para os preços foi o aumento menor que o previsto da produção industrial da China, ainda que tenha subido 16,5% em maio em relação ao mesmo mês de 2009, contra 17,8% em abril.
Segundo alguns analistas, esses dados levam os investidores de volta à realidade, após um impulso para a alta alimentado por um certo otimismo econômico.
"O mercado havia subido com a ilusão de uma estabilidade econômica e de um euro fortalecido", estimou Phil Flynn, da PFG Best Research.