Vânia Cristino/ Especial Estado de Minas
postado em 15/06/2010 07:54
Os investidores interessados em adquirir ações do Banco do Brasil devem ficar de olho no calendário. Na próxima semana tem início a oferta pública de ações da instituição. De 21 a 23 de junho, os atuais acionistas poderão exercer o direito de preferência. De 21 a 28 de junho, a oferta será estendida a todo o mercado. No total, entre a oferta primária e secundária, estão sendo colocadas à disposição do público 356.849.660 ações ordinárias. Ao preço negociado ontem na Bovespa (R$ 27,40 por ação), a venda significará uma captação de cerca de R$ 10 bilhões.Os detalhes da operação foram divulgados ontem pelo BB em comunicado ao mercado. Do total de ações ordinárias ofertadas, 286 milhões são de novas ações (oferta primária). Outras 70.849.660 ações são de propriedade do BNDESPar e de dois fundos do Tesouro Nacional ; Fundo Garantidor da Construção Naval e Fundo Garantidor de Habitação Caixa ; e serão vendidas em oferta secundária.
É na oferta primária, que vai de 21 a 23 de junho, que os atuais acionistas do BB têm o direito de preferência. Eles só saberão o preço das ações no dia 30, mas, para se protegerem, poderão estabelecer um teto que, uma vez ultrapassado, descartará a opção de compra. O direito de preferência poderá ser exercido na proporção que cada acionista detinha no banco em 24 de maio (data de corte). Para exercer esse direito, bastará ao interessado ir a qualquer agência do BB na data estabelecida.
As ações que não forem subscritas pelos atuais acionistas passarão a integrar a oferta secundária. A oferta secundária é aberta a todo o mercado ; acionistas, não acionistas e investidores estrangeiros no Brasil e no exterior. O período de adesão vai de 21 a 28 de junho. O preço da ação vai ser estabelecido por bookbuilding, ou seja, vai ser precificada pela demanda dos grandes investidores institucionais, que vão dizer quanto querem comprar e a que preço.
Exigências atendidas
Com a venda de ações, o BB não só estará aumentando a sua base acionária, com o objetivo de atingir o percentual mínimo para o ingresso no Novo Mercado da Bovespa, mas também estará se capitalizando. Com mais dinheiro no caixa, o banco elevará seu percentual de Basileia, hoje em torno de 13%, tendo mais poder de fogo para emprestar aos clientes.
O BB já cumpriu várias premissas para o acesso ao Novo Mercado, como melhoria de gestão e transparência de suas ações. Falta, no entanto, atingir o percentual mínimo de 25% dos seus papéis negociados em bolsa, o que a instituição se comprometeu a fazer até 2 de julho. Hoje o percentual está em 21,9%. Para atingir os 25% exigidos, seus principais acionistas ; o Tesouro possui 65,3%, a Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco) 10,4% e o BNDESPar 2,4% ; precisam diminuir sua participação no bolo total. Nenhum dos grandes acionistas do BB disse quanto está disposto a subscrever. Está claro, no entanto, que tanto o Tesouro, por meio dos seus fundos quando o BNDESPar estão dispostos a reduzir suas posições.
Juros ao consumidor sobem pelo 2; mês
Os consumidores que precisam fazer empréstimos para honrar compromissos inesperados ou para satisfazer as necessidades de consumo devem botar as barbas de molho. Segundo o Procon de São Paulo, os bancos aumentaram, pelo segundo mês consecutivo, as taxas de juros das principais operações de crédito. E, segundo os analistas, esse é apenas o começo de um movimento que deverá se estender pelo menos até o fim do ano, acompanhando o ciclo de aperto monetário promovido pelo Banco Central. Nesse contexto, as dicas dos especialistas são pesquisar muito e negociar bastante com os gerentes das agências nas quais se tem conta. Entre os bancos pesquisados pelo Procon-SP, a taxa média do empréstimo pessoal alcançou 5,28% ao mês em junho ante os 5,21% registrados em maio. No cheque especial, os juros médios passaram de 8,83% mensais em maio para 8,90% neste mês.