Agência France-Presse
postado em 16/06/2010 14:30
A fabricante de automóveis americana General Motors colocou um ponto final nesta quarta-feira (16/6) a uma novela de um ano e meio na Europa, ao decidir assumir sozinha a reestruturação da Opel/Vauxhall, onde há milhares de empregos em jogo.A montadora emprega em torno de 25.000 pessoas na Alemanha e prevê 3.900 demissões.
Em uma decisão repentina, que deverá ser a última, a Opel retirou todos os pedidos de ajuda feitos aos países europeus onde atua.
A General Motors "decidiu solucionar os problemas de financiamento de forma interna", afirmou o grupo em um comunicado, depois de Berlim ter negado seus pedidos de ajuda pública na quarta-feira passada.
Após a negativa, a gigante americana, que registrou novos lucros no primeiro trimestre de 2010, revisou o custo da reestruturação em 3,3 bilhões de euros (em torno de 4 bilhões de dólares), cujo aporte será feito integralmente pela companhia.
O plano apresentado aos governos incluía a supressão de 8.000 empregos dos 46.000 que o grupo mantém na Europa.
"O processo é muito mais complexo e muito mais longo que o previsto", justificou a montadora, que espera assim "colocar o plano rapidamente em operação".
De fato, a montadora, que agrupa Opel e Vauxhall, na Grã-Bretanha, encontra-se quase na mesma situação de novembro de 2008, pouco antes de pedir ajuda pela primeira vez ao governo alemão.
"A GM registra lucros e tem os meios" para reestruturar sua filial, afirmou o ministro alemão da Economia, Rainer Brüderle, que se disse "contente por (sua) decisão" de não ajudar a Opel.
Questionado sobre os riscos para o emprego na Alemanha, o ministro liberal (FDP) respondeu que "sempre existem riscos quando se fabricam produtos que não são vendidos".