Economia

Acordo comercial entre Brasil e EUA reduzirá "competitividade desleal", diz ministro

postado em 18/06/2010 16:49
O acordo fechado nesta quinta-feira (17/6) para adiar o processo de retaliação comercial do Brasil aos Estados Unidos, por causa dos subsídios concedidos pelo governo daquele país aos seus produtores de algodão, vai reduzir ;a competitividade desleal;, previu hoje (18) o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.

De acordo com ele, medidas envolvendo prêmios e seguros deverão aproximar os custos de produção de ambos os países. Como a lei da política agrícola dos EUA, conhecida como Farm Bill, continuará em vigor até 2012, o governo daquele país deverá cumprir uma série de compromissos e obrigações nesse período, disse Miguel Jorge.

;Não poderíamos exigir que o governo americano acabasse com essa lei que está no Congresso. Então,o que fizemos foi negociar questões que pudessem melhorar as nossas condições de comercialização do algodão;, explicou ele.

Embora não seja definitivo e possa ser rompido a qualquer momento com o retorno do processo de retaliação nas áreas de bens e de propriedade intelectual, autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o acordo foi ;uma boa decisão;, avaliou Miguel Jorge. ;Pior do que uma má negociação é a briga.;

Para o ministro, o mercado internacional sai fortalecido. ;Foi emblemático esse acordo para que as decisões da OMC sejam seguidas à risca. Ele também dá um reforço à posição institucional da OMC, exatamente pelo fato de que até hoje nenhuma retaliação ter sido aplicada;, assinalou Miguel Jorge, após participar de um encontro sobre agregação de valor nas cadeias produtivas da economia brasileira.

Ainda segundo o ministro, até amanhã (19) os Estados Unidos devem depositar, em uma conta especial aberta pelo Brasil, parte dos US$ 147 milhões à título de compensação aos produtores agrícolas. Esse montante deverá ser aplicado em pesquisa e desenvolvimento do algodão como ,por exemplo, novo cultivo da planta.

Perguntado se a posição do Brasil contra as sanções ao Irã poderia provocar um eventual veto à participação do país no Sistema Geral de Preferência (SGP) dos Estados Unidos, o ministro descartou essa hipótese.

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