Agência France-Presse
postado em 21/06/2010 15:37
As bolsas mundiais fecharam em alta nesta segunda-feira (21/6) em função das expectativas provocadas pela notícia da flexibilização do regime cambiário do iuane chinês, que registrou recorde em cinco anos no mercado interbancário.A tendência foi marcada pelos mercados asiático, que fecharam todos em forte alta, encabeçados por Hong Kong ( 3,08%) e Xangai (2,90%).
A bolsa de Tóquio subiu, por sua vez, 2,42%, ante a perspectiva de que o anúncio chinês melhore as exportações japonesas do gigante asiático.
Os mercados europeus seguiram a mesma tendência. A Bolsa de Paris fechou em alta de 1,33%, a 3.736,15 pontos.
O índice Dax de Frankfurt progrediu 1,22%, a 6.292,97 pontos. O índice Footsie de Londres subiu 0,92% a 5.299,11 unidades.
"O sentimento dos investidores melhorou bastante durante o fim de semana, com as notícias de que a China prometeu permitir a valorização do iuane, o que ajudou a impulsionar todos os mercados em alta", estimou o analista Joel Kruger, do site Daily FX.
Pressionado pelos mercados, o banco central da China informou no sábado que flexibilizará a taxa de câmbio do iune, o que, segundo os analistas, indica que Pequim está disposto a permitir a apreciação de sua moeda, após insistentes pedidos por parte de seus sócios comerciais.
O Banco Popular da China advertiu, no entanto, que não existem bases para "grandes variações", dando a entender que os legisladores manterão seu férreo controle sobre o valor do iuane.
Esse anúncio chegou uma semana antes do início da reunião do G20 (que reúne os principais países ricos e emergentes) em Toronto, no momento em que aumenta a pressão para que Pequim volte a um sistema de câmbio que possibilite a apreciação de sua divisa.
Os sócios comerciais da China consideram que o iuane está desvalorizado, o que permite a Pequim exportar seus produtos a preços mais baixos.
As reações à notícia vieram rápido, especialmente nos Estados Unidos.
Essa medida "pode ajudar a proteger a recuperação econômica e contribuir para uma economia global mais equilibrada", afirmou o presidente americano Barack Obama em um comunicado.
"Uma aplicação dinâmica (dessa decisão) será uma contribuição positiva a um crescimento mundial forte e equilibrado", afirmou anteriormente o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner.
A China, cuja economia depende das exportações, fixou sua moeda em 6,8 dólares em julho de 2008 para ajudar a indústria manufatureira, atingida pela crise financeira, a conservar os postos de trabalho em um setor que emprega milhões de pessoas.
Atualmente, o iuane pode flutuar apenas 0,5% para cima ou para baixo.
Essa política cambial é uma importante fonte de conflito entre Washington e Pequim.
Em 2005, a China flexibilizou sua taxa de câmbio, permitindo que o iuane apreciasse 20% em relação ao dólar até julho de 2008.