Economia

EUA: Fed deverá manter sua política de juros baixos

Agência France-Presse
postado em 21/06/2010 15:58
O Federal Reserve (Fed) americano realizará na terça e quarta-feira (30/6) uma reunião de política monetária depois da qual deverá reiterar sua decisão de manter a taxa de juros perto de zero durante o maior tempo possível para impulsionar a recuperação econômica.

Desde a última reunião do comitê de política monetária do Fed (FOMC), a economia americano fortaleceu-se, mas os diretores do órgão acreditam que o crescimento continua sendo muito frágil para haver aumento de taxas.

Tendo em vista os contratos futuros de juros dos empréstimos em 24 horas, ninguém prevê que o FOMC anuncie um endurecimento do crédito no comunicado final da reunião, esperado para as 18h15 GMT (15h15 de Brasília) da quarta-feira.

Os indicadores divulgados desde o início de maio sugerem que a recuperação iniciada no verão do Hemisfério Norte de 2009 poderá acelerar-se no segundo trimestre, e ganhar vigor ao se basear mais em elementos duradouros, como o investimento, a produção das empresas e o consumo.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, afirmou em 9 de junho que previa uma alta do PIB de cerca de 3,5% em 2010, enquanto o crescimento chegou a 3% ao ano durante o primeiro trimestre, segundo os últimos dados oficiais disponíveis.

O Federal Reserve estima que o aumento do PIB poderá chegar a 4% em 2011, mas seus diretores opinam que o crescimento será muito frágil para que o desemprego caia sensivelmente nos próximos anos.

Bernanke declarou inclusive que o país precisará "de um tempo considerável para recuperar os cerca de 8,5 milhões de empregos que foram perdidos entre 2008 e 2009".

O Fed autoriza que sua taxa de juros flutue entre 0 e 0,25% desde meados de dezembro de 2008.

Os diretores do FOMC que fizeram declarações públicas desde a última reunião sempre insistiram que consideravam apropriado que o Fed expressasse sua vontade de manter durante longo tempo sua taxa de juros em um nível "excepcionalmente baixo".

Espera-se, assim, uma menção desse tipo no comunicado final, sobretudo depois que as últimas cifras do Departamento de Trabalho mostraram na quinta-feira um aumento das solicitações de seguro-desemprego, sinal, se ainda faltava algum, das persistentes dificuldades do mercado de trabalho, apesar da melhora do emprego observada desde o início do ano.

A inflação é quase nula, e o Fed não tem que se preocupar, ao menos no momento, com o nível dos preços. Pode, assim, manter sua taxa nos níveis atuais para tentar dinamizar a economia e favorecer as contratações.

Segundo Sven Jari Stehn, economista do banco Goldman Sachs, "não há nenhuma razão sólida que permita esperar que os diretores do Fed decidam elevar as taxas antes de 2012".

Uma alta das taxas é "improvável", segundo o cenário de recuperação considerado pelo Fed, completa, e "é ainda mais improvável segundo nossas previsões de crescimento e inflação, inferiores às do banco central".

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação