Economia

Juro não deve subir nos EUA

A despeito do crescimento de 3% do PIB no primeiro trimestre, o Banco Central norte-americano é contrário ao arrocho

postado em 22/06/2010 08:33
Washington ; O Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, deverá anunciar amanhã a manutenção da taxa juros do país próximo a zero pelo maior tempo possível como forma de impulsionar a recuperação do país. A reunião que discute a política monetária do país começou hoje. Desde a última reunião do comitê de política monetária (FOMC, na sigla em inglês), a economia dos Estados Unidos fortaleceu-se, mas os diretores do órgão acreditam que o crescimento continua muito frágil para haver um arrocho.

No primeiro trimestre, os Estados Unidos contabilizaram um leve aquecimento da atividade, com avanço do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas do país) de 3%. Diante dos contratos futuros de juros dos empréstimos em 24 horas, nenhum analista de mercado prevê que o FOMC anuncie um endurecimento do crédito no comunicado final da reunião. Os indicadores divulgados desde o início de maio sugerem que a recuperação poderá acelerar-se no segundo trimestre e ganhar vigor ao se basear mais em elementos duradouros, como o investimento, a produção e o consumo. Desde 2008, a taxa de juros nos Estados Unidos tem flutuado entre zero e 0,25% ao ano.

Desemprego
No início de junho, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse que previa uma alta do PIB de cerca de 3,5% em 2010. O Federal Reserve estima que o aumento do PIB poderá chegar a 4% em 2011, mas seus diretores opinam que o crescimento será muito frágil para que o desemprego caia sensivelmente nos próximos anos. Bernanke declarou que o país precisará ;de um tempo considerável para recuperar os cerca de 8,5 milhões de empregos que foram perdidos entre 2008 e 2009;. Espera-se, para amanhã, uma menção desse tipo no comunicado final, sobretudo depois que as últimas cifras do Departamento de Trabalho mostraram um aumento das solicitações de seguro-desemprego.

A inflação no país é quase nula e o Fed não tem que se preocupar, ao menos no momento, com o nível dos preços. Para Sven Jari Stehn, economista do banco Goldman Sachs, não há nenhuma razão sólida para que os diretores do Fed decidam elevar as taxas antes de 2012. ;Uma alta das taxas é improvável no cenário de recuperação considerado pelo Fed. É ainda mais improvável segundo nossas previsões de crescimento e inflação, inferiores às do Banco Central;, disse.

Le Monde disputado

Em meio a uma polêmica sobre a intervenção do presidente Nicolas Sarkozy no caso, o Le Monde, o mais famoso jornal francês, recebeu ontem duas ofertas de compra de investidores. A publicação procura um comprador que consiga recapitalizar o grupo, fortemente endividado, com investimentos estimados entre 80 milhões e 120 milhões de euros. A primeira oferta foi apresentada pelo consórcio formado pelo mecenas Pierre Bergé, o banqueiro Matthieu Pigasse e o presidente do operador da internet, Xavier Niel. A segunda, por Claude Perdriel, presidente da revista Nouvel Observateur, do operador France Télécom e do grupo espanhol Prisa (jornal El Pais).

Campanha
A compra do Le Monde tomou uma dimensão política com a revelação de que Sarkozy anunciou que a oferta Bergé-Pigasse-Niel não era de todo desejável. Alguns observadores viram também a mão da presidência francesa atrás do France Télécom, do qual o Estado possui 26%. O presidente francês mantém uma relação complexa com a mídia, setor em que controla uma importante rede e mantém amizades com donos dos veículos de comunicação. Bergé, que foi um dos financiadores da campanha da socialista Ségol;ne

Royal, que enfrentou Sarkozy durante a eleição presidencial de 2007. A direção do Le Monde informou ainda ter recebido manifestação de interesse do Grupo Revenu Multimédia. O jornal deve anunciar sua decisão no próximo 28 de junho.

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