Agência France-Presse
postado em 23/06/2010 09:59
Os milionários asiáticos superaram pela primeira vez seus colegas europeus em termos de ativos, graças ao aumento de suas forntunas nos países emergentes, começando pela China e a Índia, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (23/6).O número de pessoas no mundo com mais de um milhão de dólares em ativos cresceu para 10 milhões em 2009, ou seja, quase tanto quanto em 2007 (10,1 milhões), depois da recessão mundial, segundo um estudo publicado pela Merrill Lynch Wealth Management, filial do americano Bank of America e do grupo de assessoria francês Capgemini.
Pela primeira vez, a região Ásia-Pacífico conta com tantos milionários quanto a Europa, ou seja, três milhões, ambos ligeramente atrás da América do Norte, com 3,1 milhões.
Em termos de ativos, os milionários asiáticos registraram um aumento em 2009 de 30,9%, a 9,7 trilhões de dólares, superando os 9,5 trilhões de dólares em mãos dos ricos europeus.
A alta do valor dos ativos foi mais rápida na Ásia que na Europa, graças ao forte crescimento econômico e à boa saúde dos mercados, segundo o estudo.
"Os mercados emergentes, especialmente a Índia e a China, assim como o Brasil, impulsionaram a reativação e continuarão fazendo isso", considerou Bertrant Lavayssi;re, diretor-geral da divisão de serviços financeiros da Capgemini.
"Hong Kong e Índia registram o maior crescimento na Ásia-Pacífico, depois de um forte declive de seu número de milionários em 2008", assinala o estudo.
As perdas sofridas em 2008 se viram quase totalmente compensadas. Dessa forma, em 2009, o patrimônio das grandes fortunas mundiais aumentou 18,9% e alcançou os 39 trilhões de dólares, um valor próximo dos 40,7 trilhões de 2007.
Devido à crise financeira, o número de milionários - particulares com um patrimônio financeiro superior a um milhão de dólares sem contar a residência principal e os bens de consumo - caíram para 8,6 milhões em 2008. Em 2009 registrou um alta de 17%.
Mais da metade de milionários do mundo se concentram em três países: Estados Unidos (2,866 milhões), Japão (1,65) e Alemanha (0,861).
Os países que registaram uma maior alta no número de milionarios se situam quase todos na região Ásia-Pacífico, encabeçados pela Índia ( 50%) e China ( 31%).
Em termos de investimento, as grandes fortunas voltaram progressivamente às ações, que representavam 29% de sua carteira em 2009 contra 25% em 2009, em detrimento dos produtos monetários e se afastaram da Europa (que passou a reter 23% dos investimentos em 2009 contra 27% em 2008).
Em sua estimativa para 2011, a Merrill Lynch considera que os investimentos em ações continuarão aumentado até 35% em detrimento também do setor imobiliário e que as grandes fortunas se afastarão ainda mais da Europa, onde os investimentos cairão a 20% em 2011.
"A Europa enfrenta um grande desafio para atrair capitais", comentou Gilles Dard, presidente do departamento de gestão privado da Merrill Lynch na Europa continental, considerando que se trata de "uma tendência de fundo".
Os mais ricos do mundo também optaram pelas "aquisições de luxo", como jatos particulares, automóveis e iates, como investimentos passionais, seguido por joieas, pedras preciosas e relógios, obras de arte e outros objetos como vinho e antiguidades.