Economia

Ministros de Brasil e Argentina querem que os ganhos do crescimento não "vazem" para países ricos

postado em 24/06/2010 18:09
Brasil e Argentina estão empenhados em fazer com que a integração econômica avance principalmente em áreas estratégicas para os dois países. Para tratar dessa integração, os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e da Fazenda, Guido Mantega, se reuniram hoje (24) em São Paulo com os ministros argentinos da Economia, Amado Boudou, e da Indústria e Turismo, Débora Giorgi.

Mantega explicou que a reunião foi marcada para analisar interesses comuns, questões da integração e desempenho pós-crise da Argentina e do Brasil no cenário internacional. ;Verificamos que os dois [países] estão indo muito bem. Superamos a crise internacional e estamos crescendo com taxas bastante satisfatórias. A América Latina está se destacando junto com a Ásia;.

Sobre as atuais relações comerciais entre Brasil e Argentina, Mantega disse que ;essa integração é uma realidade hoje, não só na esfera governamental, mas no meio empresarial. Queremos que haja isso, principalmente no campo dos manufaturados, que registrou uma retração durante a crise;. Segundo ele, os ministros conversaram sobre como aproveitar melhor o dinamismo dos mercados locais para que esse crescimento não ;vaze; para os países mais desenvolvidos.

;Nossa estratégia comercial tem que ser atualizada para o cenário de uma concorrência mundial mais forte. Nós não podemos permitir certos oportunismos. Os países avançados não podem resolver seus problemas e desequilíbrios às custas dos nossos mercados;, disse Mantega.

Uma medida concreta anunciada hoje pelos ministros foi a criação de um fundo de investimento para empresas de alta tecnologia da Argentina. Autoridades dos dois países já estão avaliando quais empresas poderão ter acesso aos recursos do fundo - cerca de US$ 100 milhões. O fundo será administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelos argentinos Banco de La Nación e Banco de Inversión y Comercio Exterior (Bice).

O ministro Miguel Jorge informou que esse fundo deve entrar em operação em dois meses e que as principais áreas de interesse são os setores de petróleo e gás, autopeças, máquinas agrícolas e aeronáutica. Segundo ele, as bases para a integração produtiva entre Brasil e Argentina devem ser finalizadas até setembro.

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