postado em 24/06/2010 18:46
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Luciano Coutinho, criticou nesta quinta-feira (24) a expansão do déficit de conta corrente e a exposição ao financiamento externo, em simpósio comemorativo dos 58 anos de criação do Bndes.;Nós temos um desafio enorme pela frente, que é saber como construir uma sustentabilidade para o desenvolvimento brasileiro diante do risco de um déficit em conta corrente de grande escala, que possa desfazer o custeio cambial do país e nos expor novamente ao mercado de capitais ou ao mercado de crédito internacional;, alertou o presidente do Bndes.
Coutinho destacou a importância de aumentar a poupança doméstica que, segundo ele, ;implicará em uma fonte de financiamento interna, numa agenda fiscal, previdenciária e de poupança relevante para o futuro do país;.
O professor Carlos Henrique Brito, ex-reitor da Universidade de Campinas (Unicamp), destacou que a participação do setor privado em pesquisas e a internacionalização das empresas brasileiras podem romper com o isolamento. ;No Brasil quem investe em novas tecnologias é o governo, como no caso do programa do etanol. No resto do mundo, cerca de 70% a 80% das empresas investem em pesquisas, diferentemente do Brasil, onde a descoberta de novas tecnologias é feita nas universidades com financiamento público. Nos últimos dez anos, o próprio Bndes tem feito esse papel;, afirmou Brito.
Coutinho também criticou o que chamou de ;debilidade inovadora do setor privado;, mas explicou que ;o sistema empresarial privado no Brasil nunca desenvolveu estratégias tecnológicas ousadas e criativas, porque é caro empenhar recursos numa conjuntura de alta instabilidade;, disse se referindo ao histórico de inflação e planos econômicos frustrados da economia brasileira.