Economia

Cartão terá menos taxa

Diretor do BC diz que os 50 serviços pagos pelos usuários devem cair à metade com a nova lei. Para representante da Procuradoria da República, será o fim das cobranças abusivas

postado em 25/06/2010 07:44
O número de tarifas cobradas para os varejistas e consumidores deve cair para cerca de metade com a regulamentação do setor de cartão de crédito. A previsão é do diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes. ;Vai reduzir substancialmente. Quem sabe até para menos de 30 (tarifas);, afirmou o diretor, durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados. Hoje, existem mais de 50 taxas, muitas delas com o mesmo nome. A intenção do BC e de outros atores do mercado é facilitar o entendimento do consumidor no momento em que ele efetua uma compra.

Aldo Mendes, do Banco Central, não diz quando as futuras regras para as operadoras entrarão em vigorApesar de não querer antecipar uma data para que a norma entre em vigor, Mendes salientou ser a mudança necessária para que a autoridade monetária possa regulamentar as vendas por cartão. ;Está cada vez mais próximo de sair;, limitou-se a dizer.

De acordo com o consultor da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs), Juan Férres, a redução no número de tarifas pode ser ainda maior. ;Só a padronização dos nomes já deve reduzir essa quantidade para um total de 20 a 30;, calculou. De acordo com dados da Abecs, neste ano deverão ser efetuadas 7,5 bilhões de transações com cartão no mercado.

Outro ponto discutido durante a audiência pública diz respeito à ausência de diferenciação de tarifas cobradas para as vendas à vista e aquelas parceladas. ;Inicialmente, o consumidor pode achar que é uma benevolência, uma vantagem, mas isso esconde um valor embutido que depois é pago por todos os clientes;, opinou o professor da faculdade de direito da Universidade de São Paulo, Ronaldo Porto Macedo.

De acordo com Valquíria Oliveira Quixadá, do grupo de trabalho de serviços bancários e crédito imobiliário da Procuradoria Geral da República, a edição de uma norma regulamentadora é importante para coibir a cobrança de produtos e serviços que não são caracterizados como tais, vedando, inclusive, a cobrança de tarifas consideradas abusivas, como a taxa de utilização de crédito, uma vez que o consumidor já paga anuidade. ;A definição do custo efetivo total, correspondente a todos os encargos e despesas das operações efetuadas por meio de cartões de crédito, deve ser acompanhada por um demonstrativo de dívida padronizado;, disse.

Fim da exclusividade
Há alguns anos, o setor de cartões está sob a alçada do Banco Central, que deveria zelar por consumidores e lojistas. Mas apenas recentemente a instituição foi forçada a tomar providências contra a exclusividade do uso das redes pelas diferentes bandeiras de cartão de crédito, depois que o Ministério da Justiça determinou. Até agora, cada uma delas tem seu próprio sistema de processamento, incompatível com o do concorrente. Uma questão que já tem data para acabar. A partir de 1; de julho, as empresas terão de processar transações de outras bandeiras em seus terminais, o que deve facilitar a vida dos clientes e dos varejistas, que não vão precisar mais arcar com os custos de aluguel e manutenção de diferentes máquinas portáteis.

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