Agência France-Presse
postado em 25/06/2010 15:44
Líderes das oito potências mais industrializadas do planeta se reuniram nesta sexta-feira (25/6) em Huntsville, uma localidade turística recuada do Canadá, onde o americano Barack Obama voltou a pressionar os europeus a fazer mais para a retomada econômica nascente.O G8, que será seguido de uma reunião do G20 (os países industrializados mais os emergentes) em Toronto, deverá deixar clara novas divisões entre americanos e europeus em relação a estratégias da retomada econômica, com planos de austeridade fiscal.
"Devemos agir em harmonia por uma simples razão: esta crise provou - e os elementos continuam a demonstrar - que nossas economias nacionais são inextrincavelmente ligadas", destacou o presidente americano. "E a tormenta econômica pode facilmente se propagar", advertiu.
Nesta sexta-feira, o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, fez um apelo à Europa a "escolher entre reformas e políticas suscetíveis de garantir taxas de crescimento mais elevadas no futuro". O mundo "não poderá depender dos Estados Unidos tanto quanto no passado", preveniu, num momento em que as cifras do crescimento americano no 1; trimestre foram revistas para menos.
Os europeus, pressionados, procuraram se defender, assegurando que as políticas de austeridade decididas nos últimos meses na Alemanha, na Grã-Bretanha e na França, não questionam a retomada da economia.
É "tempo de reduzir os déficits" e "a Europa sabe o que significa ter emormes déficits", afirmou Angela Merkel, numa alusão a recentes dificuldades de vários países da União Europeia, entre eles a Grécia, além de Portugal e Espanha.
"Precisamos de um crescimento que não se repouse sobre o endividamento, mas sobre bases reais", destacou.
Os Estados Unidos e a Europa não têm divergências sobre a estratégia a adotar para preservar a retomada econômica mundial, afirmou por sua vez o porta-voz do primeir britânico David Cameron.
Convidados de Stephen Harper (Canadá), Barack Obama, Dmitri Medvedev (Russie), Nicolas Sarkozy (França), Angela Merkel (Alemanha), Silvio Berlusconi (Itália), e os dois novos do grupo, Naoto Kan (Japão) e David Cameron, vão participar, agora, de um jantar privado em Huntsville, na floresta canadense, à beira de um lago.
Durante o almoço, hoje, os oito evocaram a situação econômica mundial e, durante o jantar, vão conversar sobre a nova governança, que está em gestação, do planeta.
Os detalhes, assim como os projetos de taxação sobre os bancos ou de contribuição sobre as transações financeiras, serão abordados na noite de sábado e no domingo, durante a reunião do G20, que acontecerá em Toronto.
Londres, Paris, Berlim e Washington pediram aos países do G20 que aceitem a taxação sobre os bancos, mas Canadá, Rússia, China, Índia e Austrália se opuseram.