postado em 27/06/2010 11:31
Boa parte da população jovem brasileira não consegue imaginar o que é receber seu salário, fazer uma programação orçamentária e no final do mês não honrar as dívidas porque o salário perdeu o valor ao passar dos dias. No entanto, essa foi a realidade dos brasileiros durante mais de três décadas e se agravou entre 1980 e 1994, quando a inflação chegou a atingir índices como 2.477,15% em 1993. Nesse contexto nasce o Plano Real, no dia 1; de julho de 1994, um programa que veio reduzir a oscilação dos preços e conquistar a estabilidade econômica do país. Dezesseis anos depois, a inflação que consumia o poder aquisitivo dos brasileiros está controlada e chega a índices de 0,42 %.O Plano Real foi iniciado oficialmente em 27 de fevereiro de 1994 com a publicação da Medida Provisória n; 434 no Diário Oficial da União. A MP instituiu a Unidade Real de Valor (URV), que estabeleceu regras de conversão e uso de valores monetários, onde todos os produtos ficariam desvinculados da moeda vigente, denominada Cruzeiro Real. De acordo com o chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/RN), o economista Aldemir Freire, o Plano Real foi pensado dez anos antes, mas sua implantação só foi possível em 1994, já que o contexto internacional favorecia o programa.
De 1986 a 1994, foram pensados seis planos de estabilização, mas todos fracassaram. São eles o Cruzado 1 (fevereiro de 1986) e 2 (novembro de 1986), Bresser (1987), Verão (1988), Collor 1 (1990) e 2 (1991). A inflação retrocedia momentaneamente, mas voltava com ainda mais força logo adiante, ao passo que a confiança em que o governo pudesse resolver o problema diminuía a cada vez. "Estabeleceram duas medidas drásticas nesse período: o congelamento dos preços, no governo Sarney, e depois o Plano Collor, que retirou o dinheiro de circulação. O Real deu certo porque ele reduziu os gastos e elevou os juros, como é feito até hoje", explicou.