postado em 27/06/2010 14:41
No último dia de reuniões do G20 (grupo dos países mais ricos, incluindo alguns emergentes), em Toronto, no Canadá, uma série de discussões paralelas se desenrolou. Em uma delas, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, reiterou que os argentinos estão alinhados com os norte-americanos no que refere a estratégia de enfrentamento da crise econômica que afeta, principalmente, a Europa."Não há uma receita única para enfrentar a crise, mas acredito que ela poderá ser vencida com estímulos às economias, além da forte e decidida presença do Estado", disse a presidente.
Os países europeus, ao contrário, têm adotado fortes e impopulares medidas de ajuste, como ocorreu na Grécia, na Espanha e em Portugal. Uma referência sobre isso deve constar do documento final do G20, que será divulgado ainda hoje (27/6).
Cristina Kirchner sugere ainda que as agências de rating reformulem os critérios adotados atualmente para mensurar o risco de países e empresas. Essas notas influenciam decisões dos investidores. Segundo ela, há restrições generalizadas sobre os critérios adotados pelas agências. "As agências têm grande responsabilidade quando qualificam os países, mas é estranho afirmarem que a Grécia, mesmo tendo altíssimo nível de endividamento, está mais qualificada do que a Argentina, que paga seus compromissos e possui superávit fiscal e comercial", reclamou.
A presidente argentina também afirmou que organismos multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança das Organização das Nações Unidas (ONU), devem ser modernizados. O assunto será incluído no documento final do G20. Mas sem menções a prazos e datas. "Quando afirmamos isso não estamos sugerindo que se deve atirar pela janela tudo que o FMI, o Conselho de Segurança e a própria ONU já fizeram. Estamos apenas dizendo que esses organismos estão desatualizados em relação ao que acontece no mundo", disse Kirchner.