Agência France-Presse
postado em 29/06/2010 08:25
China e Taiwan assinaram nesta terça-feira (29/6) um acordo comercial considerado histórico e que aproximará o continente da ilha, depois de 60 anos de distanciamento.O acordo marco de cooperação econômica (ACCE), assinado em Chongqing (sudoeste da China), poderá desbloquear as enormes oportunidades comerciais entre as duas partes, atualmente muito limitadas.
Em Taiwan ergueram-se vozes críticas por medo que essa aproximação arraste pouco a pouco a ilha para a política de Pequim.
"Isso poderá fazer com que a ilha se aproxime um passo do continente (...) À medida que Taipé se torne mais dependente economicamente, suas opções políticas se reduzirão", enfatizou Yang Yung-ming, especialista de ciências políticas da Universidade Soochow de Taipé.
No sábado passado, milhares de pessoas se manifestaram nas ruas de Taipé para protestar contra este acordo, convocadas pelo Partido Democrático Progressista (separatista), e também defender a democracia economicamente próspera que conquistou.
Taiwan é independente desde a chegada dos comunistas ao poder em Pequim, em 1949, apesar de a China considerar que esta ilha lhe pertence e ter a intenção de reintegrá-la à mãe pátria, se necessário usando a força.
As relações bilaterais melhoraram muito desde que, em 2008, foi eleito presidente de Taiwan Ma Ying-jeou, favorável a uma aproximação com Pequim.
No final de 2008, as duas partes já haviam dado um passo histórico ao inaugurar suas primeiras conexões aéreas diretas e diárias.
"A tensão do passado se converteu em paz. O confronto se transformou em cooperação", enfatizou Chiang Pin-kung.
A ACCE prevê direitos alfandegários preferenciais e, inclusive, inexistentes, para 539 produtos taiuaneses, de petroquímicos a autopeças, que representam 16% das exportações da ilha para a China continental.
As mesmas medidas serão aplicadas a 267 produtos chineses.
Honduras, República Dominicana e Haiti figuram entre os últimos 23 países que continuam reconhecendo Taiwan.