Mais de 15 mil pessoas fizeram uma manifestação nesta terça-feira (29/6) na Grécia, em uma nova greve geral, para protestar contra a reforma das aposentadorias, promovida pelo governo para organizar as finanças públicas do país.
Em Atenas, as duas manifestações organizadas, uma pelos comunistas e outra pelas duas grandes centrais sindicais dos setores público e privado, reuniram 9 mil pessoas, segundo a polícia, e 35 mil pessoas, segundo os sindicalistas.
A passeata terminou em frente ao Parlamento, com breves confrontos entre jovens e policiais antidistúrbios, que dispararam bombas de gás lacrimogêneo. Um policial foi ferido por uma pedra.
Em Tessalônica (norte), a segunda maior cidade da Grécia, cerca de 7 mil pessoas participaram de manifestações, mas não houve incidentes, segundo a polícia.
Os manifestantes, em quantidade muito menor que nas quatro greves gerais anteriores, realizadas desde fevereiro, empunhavam cartazes nos quais se lia: "Que seja retirada a reforma das aposentadorias". Os jovens gritavam slogans como "fogo ao FMI".
Seguida sobretudo no setor público, a greve afetava o tráfego aéreo, com o cancelamento de cerca de 50 voos domésticos às ilhas. Os voos internacionais mantiveram-se, entretanto, já que os controladores de tráfego aéreo não se uniram à greve para proteger o turismo, setor chave para a economia grega.
O texto sobre a reforma do sistema de aposentadorias, que será votado no Parlamento unicameral em 8 de julho, aumenta para 40 anos o tempo de contribuição para se aposentar, quando atualmente são 37 anos. Também prevê cortes das aposentadorias (7%, em média), proíbe as aposentadorias antecipadas e fixa os 65 anos como idade legal de se aposentar. Até agora, as mulheres poderiam parar de trabalhar aos 60 anos.
O governo socialista comprometeu-se a aplicar estas medidas, entre outras, em troca de uma ajuda financeira vital da Eurozona e do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 110 bilhões de euros.