postado em 30/06/2010 10:12
O Banco Central (BC) quer evitar que a sociedade sinta os impactos de uma inflação elevada persistente. Por isso, argumenta que é ;recomendável a adoção de respostas adequadas e tempestivas de política monetária [definição da taxa básica de juros, a Selic];. Essas justificativas estão no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quarta-feira (30/6) pelo BC.Neste ano, o BC elevou a Selic em abril (de 8,75% para 9,50% ao ano) e neste mês (para 10,25% ao ano). A expectativa do mercado financeiro é de mais elevação e que a taxa encerre 2010 em 12% ao ano. O Banco Central eleva a Selic para controlar a inflação, em ambiente de atividade econômica intensa.
No relatório, a instituição argumenta que, mesmo com ;os fortes efeitos desinflacionários da queda da atividade econômica decorrente da crise de 2008, a inflação brasileira mostrou-se persistente ; o piso da inflação acumulada em 12 meses foi 4,17% em outubro de 2009;.
De acordo com o relatório, o principal risco de que se tenha uma inflação mais alta ;está relacionado ao virtual esgotamento da capacidade ociosa da economia em combinação com o descompasso entre o crescimento da absorção doméstica e a capacidade de expansão da oferta;.
O BC também voltou a criticar ;mecanismos de resistência à queda da inflação no Brasil;. O relatório lembra que há mecanismos de indexação de preços, até mesmo informais. ;Existem mecanismos regulares e quase automáticos de reajuste;, ;que contribuem para prolongar no tempo pressões inflacionárias observadas no passado;.
No lado externo, o BC destaca dois riscos a serem monitorados: a possibilidade de aumento significativo nos preços das commodities e o risco de a crise europeia ganhar ;contornos mais extremos;. Entretanto, o BC diz acreditar ;que, em seu cenário central, esses riscos não sejam uma ameaça importante à consecução de um cenário inflacionário benigno;.