Economia

Bolsas mundiais e euro recuperam-se após queda da véspera

Agência France-Presse
postado em 30/06/2010 14:25
As bolsas mundiais lutavam nesta quarta-feira (30/6) para se recuperar depois da queda da véspera devido a más notícias no campo econômico, um dia antes do prazo para os bancos da zona do euro devolverem um empréstimo recorde de 442 bilhões de euros.

Os mercados acompanhavam com atenção os resultados da operação de refinanciamento com prazo de três meses lançada nesta quarta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), que forneceu um montante recorde de liquidez aos bancos da zona do euro, apesar de se tratar de uma proporção menor que o esperado por alguns analistas.

No total, 171 bancos da zona do euro obtiveram 131,9 bilhões de liquidez a uma taxa de juros fixa de 1%. Todos os pedidos dos bancos foram atendidos.

A Bolsa de Madri, que tinha caído 5,45% na terça-feira, subiu 1,12%. Na mesma sintonia, Frankfurt ganhou 0,23% e Paris 0,29%, enquanto Londres fechou quase estável (0,05%).

O euro estava cotado a 1,2292 dólar às 16h GMT, contra 1,2186 dólar na terça-feira (29/6) à noite.

A bolsa de Nova York, por sua vez, abriu em leve queda nesta quarta-feira, apesar de se recuperar de uma das piores sessões do ano. O Dow Jones perdia 0,09% e o Nasdaq, 0,05%.

No entanto, as praças financeiras asiáticas continuaram mostrando sinais de fragilidade nesta quarta-feira, castigada pelos temores sobre a reativação da economia mundial.

A Bolsa de Tóquio caiu 1,96% e chegou a seu nível mais baixo dos últimos sete meses, Xangai retrocedeu 1,18% e Hong Kong, 0,59%.

Os temores sobre a solvência dos bancos da zona do euro, particularmente os da Espanha, continuam sendo foco de preocupações, levando em conta que essas instituições devem reembolsar na quinta-feira ao BCE um empréstimo gigantesco fornecido no ano passado.

Os investidores temem que o reembolso massivo provoque uma forte seca na liquidez da zona do euro e afete o mercado interbancário.

Por isso, as operações de refinanciamento de quarta e quinta-feira são uma verdadeira prova da saúde dos bancos e do mercado interbancário em seu conjunto, advertiram diversos economistas.

A isso se somou uma má notícia sobre o emprego nos Estados Unidos.

A geração de vagas no setor privado caiu 77% em junho na comparação com maio nos Estados Unidos, com apenas 13.000 novos postos, segundo um relatório da consultoria de recursos humanos ADP, divulgado nesta quarta-feira.

Outros dados macroeconômicos desalentadores revivaram na terça-feira as preocupações com o vigor do crescimento econômico mundial, empurrando para baixo as bolsas do mundo inteiro, inclusive Wall Street.

Entre esses dados estão as cifras negativas no Japão, a queda da confiança dos consumidores americanos em junho e a revisão para baixo das perspectivas de crescimento da China.

"Com tantos elementos negativos, é difícil ser construtivo nos mercados", comentou na terça-feira à noite o analista Gregori Volojin, da Meeschaert New York.

Nesse contexto, os investidores voltaram-se aos ativos considerados como mais seguros, por exemplo, os títulos públicos alemães ou norte-americanos.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação