Economia

América Latina pode demorar para recuperar indicadores sociais pré-crise econômica, diz Graziano

postado em 01/07/2010 14:50
Brasília ; Os países latino-americanos podem demorar muito para recuperar os indicadores sociais de antes da crise econômica mundial de 2008, afirmou nesta quinta-feira (1;/7) o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para a América Latina e Caribe, José Graziano da Silva. Ele ressaltou que existe uma relação profunda entre a economia e a fome.

;Os países não têm uma institucionalidade para enfrentar o tema de segurança alimentar. Não têm leis nem instituições, mas também não têm um sistema tributário de arrecadação que permita ter políticas sociais como o Bolsa Família, Fome Zero;, afirmou hoje o representante da FAO à Agência Brasil durante o lançamento da campanha 1billionhungry (1 bilhão com fome, na tradução literal), na abertura da 17; reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).

Segundo ele, um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) apresentado hoje em Nova York aponta que a América Latina levou 24 anos para recuperar os indicadores sociais perdidos durante os anos 80, quando houve um aumento significativo da dívida externa de grande parte dos países da região.

;Só no início dos anos 2000 esses países conseguiram atingir a renda per capita e outros indicadores sociais da década de 80. Não podemos esperar 24 anos para poder recuperar esses indicadores, disse.

O objetivo da campanha 1billionhungry é chamar a atenção dos governos e da sociedade para o problema da fome.

Um site foi criado para que as pessoas conheçam a campanha e preencham o abaixo-assinado para cobrar dos governantes a adoção de políticas com foco na erradicação da fome.

Para a FAO, se o ritmo da redução do problema for mantido, o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de reduzir pela metade, até 2015, o percentual de pessoas que passam fome não será alcançado.

De acordo com o representante do FAO, na área de segurança alimentar, o Brasil serve de exemplo para o restante da América Latina e também para o Continente Africano. ;Estamos fazendo uma grande força para levar à África os principais programas do Brasil de combate à fome;, disse.

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