postado em 01/07/2010 18:14
A venda de veículos automotores cresceu 9,29% no primeiro semestre de 2010, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses do ano foram vendidos 2,4 milhões de unidades contra 2,2 milhões no primeiro semestre de 2009. Em junho, o setor registrou elevação de 1,32% nas vendas, com 411 mil unidades faturadas. Na comparação com junho do ano passado, houve queda de 6,94%, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgados nesta quinta-feira (1;).Segundo o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, os resultados não diferem da previsão feita pela entidade. ;Na comparação semestral, é nítido o curso de crescimento do setor em função de o consumidor estar tranquilo, se aproveitando das promoções que estão sendo feitas e da situação da economia e da política, que está calma;.
Quando divididos em segmentos, os automóveis e comerciais leves totalizaram no semestre 1,4 milhões de unidades vendidas, 7,32% a mais do que no mesmo período do ano passado. Na comparação com maio houve elevação de 4,97% : 247,5 mil em junho contra 235,7 mil no mês anterior. Mas quando comparado a junho do ano passado, que registrou 289,7 mil unidades vendidas, a queda foi de 14,58%.
Os caminhões recuperaram as vendas, com um crescimento de 30,31% no semestre (13,1 mil unidades) e de 7,97% no mês (2,2 mil unidades). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as vendas cresceram 28,3%. ;Nós esperávamos um crescimento mais contido das vendas de caminhões, mas o segmento cresce fortemente porque a economia puxa a necessidade de substituição da frota;.
Com relação às motocicletas, as vendas em junho foram inferiores às de maio. Com 138,6 mil unidades, a queda foi de 3,62%. No entanto, na comparação com junho do ano passado, o crescimento foi de 3,19% e, no semestre, de 8,56%, com vendas totais de 831.200 motocicletas.
;O consumidor de motocicletas está pagando um alto preço pela seletividade iniciada na crise de 2008. Para conceder crédito, os bancos procuram privilegiar os processos de compra para marcas mais tradicionais;.
Ao ser perguntado sobre os impactos de novos aumentos na taxa básica de juros - Selic - nas vendas e nos financiamentos de veículos, Reze enfatizou que não acredita em impactos negativos. Ele citou como exemplo a crise econômica iniciada em 2008 e disse que, naquele momento, o que impactou a decisão de compra do consumidor não foi a taxa de juros e, sim, a ausência de fundos para o financiamento.
;Quando se tem recursos, os próprios bancos fazem uma avaliação entre os juros que eles pagam com os juros aplicados ao mercado e a necessidade do banco de aplicar esses recursos. Podemos verificar que não houve uma diminuição das vendas e a taxa Selic já teve dois ou três aumentos [atualmente está em 10,25%]. O que as pessoas fazem é ampliar as prestações do financiamento;.
Reze ressaltou que os veículos de entrada (conhecidos como carros populares) sem opcionais são comprados principalmente por frotistas. Já o consumidor comum, que consegue prazos maiores de financiamento, está optando por veículos com maior valor agregado. ;O veículo 1.0 [litro] equipado está custando o mesmo preço de um veículo 1.6 [litro]. Então, nem nesse sentido, o aumento dos juros vai influenciar;, disse.