A Comissão Europeia abriu caminho nesta quarta-feira (14/7) a uma nova reorganização da indústria da aviação comercial, ao autorizar a fusão entre a Iberia espanhola e a britânica British Airways (BA) e a aliança destas duas com a American Airlines, nos voos transatlânticos.
Iberia, BA e American Airlines haviam acertado a união no ano passado, com o objetivo de poupar custos e enfrentar a queda na demanda.
Num passo ainda mais importante, Iberia e BA assinaram em abril uma fusão para criar uma das companhias aéreas maiores do mundo e competir de forma mais efetiva num setor em plena mutação. "A realidade hoje em dia é a de uma crescente consolidação do setor devido a dificuldades e mudanças que tenham sido obrigados a enfrentar", afirmou nesta quarta-feira o comissário europeu para a Concorrência, Joaquín Almunia.
A fusão BA-Iberia dará origem à segunda companhia aérea europeia em termos de valor de mercado atrás da Lufthansa, ao combinar a fortaleza da companhia espanhola na América Latina com a presença da BA na África, Ásia e América do Norte.
Segundo a Comissão Europeia, o novo grupo enfrentará concorrência suficiente de outras companhias aéreas nas rotas Londres-Madri, assim como nos voos transatlânticos. A direção da BA disse esperar completar a fusão até o final do ano.
Numa decisão em separado, Bruxelas abriu nesta quarta-feira caminho a um empreendimento em conjunto dos membros da aliança "Oneworld" Iberia, BA e American Airlines nos voos transatlânticos, depois que as companhias se comprometeram a facilitar a concorrência.
A Comissão Europeia, que também atua como árbitro nas questões de concorrência na União Europea (UE), havia aberto investigação em abril de 2009 para verificar se a aliança prejudicava a oferta nas rotas transatlânticas.
Facilitando a entrada ou expansão das concorrentes
Para tranquilizar Bruxelas, as companhias envolvidas ofereceram-se para liberar faixas horários de decolagem e pouso no aeroporto de Heathrow, em Londres, para facilitar a entrada ou expansão de concorrentes nas rotas entre a capital britânica e Nova York, Boston, Dallas e Miami. "Depois de um estudo de mercado, a Comissão concluiu que os compromissos apresentados eram adequados para remediar os problemas de concorrência, e encerrou a investigação", informou o executivo europeu em comunicado.
A BA saudou a decisão de Bruxelas. "É uma decisão pragmática já que podemos lançar o empreendimento conjunto logo que possível", informou o diretor executivo do grupo britânico, Willie Walsh.