Economia

BC dos Estados Unidos reduz a projeção para avanço da economia

Banco faz alerta para a necessidade de mais incentivos

postado em 15/07/2010 09:01
Um pouco menos otimista, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) reduziu ontem as estimativas para o crescimento econômico dos Estados Unidos neste ano. Em abril, a expectativa era de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3,2% e 3,7%, intervalo que caiu agora para 3,0% a 3,5%. Diante de um cenário que demonstra uma retomada do nível de atividade em ritmo mais lento do que o imaginado anteriormente, o sempre conservador Fed fez um alerta que chamou a atenção do mercado financeiro: novas medidas para incentivar a recuperação podem ser necessárias.

As previsões constam da ata da reunião de 22 e 23 de junho do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), instância do Fed responsável pela fixação da taxa básica de juros. ;Como resultado da mudança nas condições financeiras, a maioria dos participantes revisou ligeiramente para baixo suas perspectivas para o crescimento econômico;, apontou o documento. ;O Comitê teria que considerar se um aumento da política de estímulo poderia se tornar apropriado caso o cenário piore de forma considerável.; O Fomc manteve os juros no intervalo de zero a 0,25% por ano, em vigor desde dezembro de 2008 para incentivar o crédito, o consumo e os investimentos.

Os diretores do Fed, com o presidente Ben Bernanke à frente, também diminuíram a projeção de recuperação do emprego. A taxa de desocupação deve ficar entre 9,2% e 9,5% neste ano e numa banda de 8,3% a 8,7% em 2011. Esse é outro indício de que a retomada da economia será ;gradual;. ;A persistente fragilidade do mercado de trabalho poderá ser um peso na confiança dos consumidores, enquanto eles continuam consolidando suas finanças. Esses dois fatores poderão minar os gastos particulares de agora em diante;, ressaltou a ata.

Consumo
O consumo responde por quase 70% da economia dos EUA. O indicador mais recente de vendas no varejo, que registrou sete meses de aumento entre outubro e abril, retrocedeu em junho mais do que o previsto pelos analistas. Segundo os dados divulgados ontem, ele caiu 0,5% ; o mercado esperava recuo de 0,2%. ;As vendas foram pressionadas pela queda de 2,5% na comercialização de automóveis, assim como pelo retrocesso de 2% no volume de negócios dos postos de gasolina;, explicou Ian Shepherdson, economista da High Frequency Economics, à agência France Presse.

O cenário adverso também retrai as companhias. ;Várias incógnitas, incluindo as reformas legislativas e os acontecimentos sobre os mercados financeiros mundiais, geraram um nível elevado de prudência, que poderá fazer certas empresas adiarem as contratações e as despesas com investimentos;, destacou a ata. O fantasma da deflação, um dos principais sintomas da recessão, ainda não reapareceu, mas as projeções de inflação ao consumidor caíram, com o piso da estimativa anual passando de 1,2% em abril para 1,0%. Isso reforça a perspectiva de novas medidas de incentivo.

China acata decisão da OMC
Depois de muito relutar, finalmente a China concordou em abrir seu mercado para produtos de entretenimento em 19 de março de 2011, em linha com o estipulado pela Organização Mundial do Comércio (OMC). Os Estados Unidos haviam desafiado as barreiras chinesas à importação e distribuição de livros, música, filmes e outros produtos de entretenimento. Em dezembro passado, o governo chinês finalmente perdeu um recurso na OMC. A China alegou que os bens de entretenimento devem ser tratados de forma diferenciada em relação a outras importações, devido ao seu impacto cultural. Mas os EUA disseram que os chineses estavam errados ao impor monopólios de importação que foram autorizados para venda ou são vendidos por meio de cópias piratas. Uma carta dos embaixadores dos dois países mostra que a China concordou em adotar a decisão da OMC no prazo de 14 meses, a contar da aprovação pelo órgão de comércio global em 19 de janeiro deste ano.

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