Economia

Espanhóis especulam sobre Telefônica-Vivo

Jornais da Espanha noticiam que negociações entre as duas companhias ainda podem avançar

postado em 19/07/2010 08:50
Loja da Vivo: operadora de telefonia móvel é a maior do país e recebeu oferta de compra na semana passadaA companhia Telefônica, que no sábado retirou a oferta feita à Portugal Telecom (PT) pela Vivo, não teria abandonado a ideia de absorver a operadora brasileira. A imprensa espanhola especulou ontem que o interesse da gigante do mercado de telecomunicações pela operadora nacional não acabou. O jornal El País informou que ;a operadora espanhola está disposta a redobrar seu empenho e endurecer sua postura; e que para isso ;explora as vias legais para dissolver a Brasilcel;, holding que controla a Vivo e cuja participação é compartilhada meio a meio com a PT.

A Telefônica havia apresentado uma proposta de 7,15 bilhões de euros (R$ 16,32 bilhões) à Portugal Telecom para comprar 50% que PT tem na Brasilcel. Conforme o El País, ;os serviços jurídicos da Telefônica têm sido bem estudados e não haverá anúncio a respeito até que haja uma decisão;. Fontes consultadas pelo periódico acrescentaram que o recuo ;não significa que todas as pontes com a PT tenham se rompido definitivamente;.

Já o jornal El Mundo acrescentou em sua edição de ontem que a Telefônica poderia optar por comprar outra operadora na zona de atuação da Vivo. Durante as negociações, o governo português se opôs à operação graças aos direitos especiais concedidos por uma golden share (ação dourada) na Portugal Telecom. A data-limite para que a PT se posicionasse sobre a oferta da Telefônica expirou na sexta-feira, mesmo dia em que os acionistas da Portugal Telecom se reuniram para decidir o futuro da companhia portuguesa no Brasil.

O presidente da Telefônica, César Alierta, declarou na semana passada que ;a relação na Brasilcel é entre a Telefônica e a PT, que são os dois sócios, e ninguém mais pode interferir;, em uma alusão às pressões exercidas pelo governo de Portugal que acabaram por interferir nas negociações. O país possui uma parte de ações com direito de veto. O Tribunal de Justiça da União Europeia reforçou ser injustificável que o Estado português vetasse a oferta da Telefônica a PT, depois que a Comissão Europeia se mostrou contra esse direito de veto.

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